Após comprar casa flutuante, casal viaja com a estrutura pelo rio até o Acre; assista

A embarcação saiu de Cruzeiro do Sul pelo Rio Juruá, foi até Eirunepé, no Amazonas, e seguiu pelo Rio Tarauacá até a cidade de mesmo nome.

Ao navegar pelo Rio Tarauacá você pode ser surpreendido com uma casa flutuante ancorada às margens do manancial na cidade de mesmo nome, no interior do Acre. De início o susto pode ser grande, mas, ao chegar mais perto, vai saber que a casa foi construída em cima de estrutura de ferro usada como balsa e pertence ao casal Josilene Maria Ozório de Araújo e Francisco Alves de Araújo, mais conhecido como Chicó.

A gestora de escola e o serralheiro compraram a balsa por R$ 100 mil e pretendem montar uma oficina de conserto e construção de motores de barcos, produção de grades e rabetas. Imagens da balsa navegando pelo rio com a casa em cima viralizaram nas redes sociais. A chegada da estrutura no município, na última semana, deu o que falar entre os moradores, que fazem questão de filmar ou tirar fotos.

“O primeiro vídeo a viralizar foi um que gravei em Eirunepé [AM] quando estávamos saindo de lá. Depois desse vídeo, começaram a aparecer outros vídeos e postagens, a casinha viralizou e todo mundo manda pra mim [imagens]. Inclusive, tem uma foto que não sei como tiveram acesso porque tirei com meu esposo, ele estava todo sujo, a gente descendo o barranco. Tiramos a foto e não sei como foi parar nas redes sociais”,

 explicou Josilene.

A reportagem conseguiu conversar apenas com a gestora porque, segundo ela, o marido não tem mais celular e no momento não estava perto dela. Josilene contou detalhes da compra da balsa e disse que era um antigo sonho do marido.

A embarcação saiu de Cruzeiro do Sul pelo Rio Juruá, foi até Eirunepé, no Amazonas, e seguiu pelo Rio Tarauacá até a cidade de mesmo nome.

Foi ela, inclusive, quem fez a negociação e finalizou a compra da balsa. “Eu que comprei, cuidei de toda negociação, é em meu nome. Estamos correndo atrás de um eletricista para fazer a instalação elétrica para tentar começar a trabalhar no final da semana”, acrescentou.

Chicó e a esposa Josilene Ozório compraram a estrutura por R$ 100 mil para usar como oficina. Foto: Arquivo pessoal

Casa em cima de balsa 

Chicó trabalha como serralheiro desde criança, habilidade e profissão que herdou do pai. A família dele tinha uma oficina às margens do Rio Tarauacá, mas, com o passar dos anos, o barranco foi caindo e levou a oficina.

Já adulto, Chicó montou uma oficina para continuar atendendo a clientela na Avenida Antônio Frota, onde moram há 33 anos, mas que fica distante do rio e as dificuldades em transportar os motores dos barcos até o local atrapalhavam os negócios. Foi, então, que ele começou a pesquisar preços e tipos de balsas que poderiam ser usadas como oficina.

Segundo a gestora, o marido conseguiu encontrar a estrutura que procurava há um mês, conversando com um conhecido de Cruzeiro do Sul que constrói balsas.

“Há alguns anos começou dizer que queria fazer uma balsa para trabalhar na beira do rio porque era melhor, que lá temos muitos conhecidos por ele consertar motores e onde moramos é mais difícil, nem todo mundo tem transporte para trazer o motor para a cidade e consertar. Era o sonho dele fazer uma balsa”, 

recordou.

Casa viajou do Amazonas para o Acre. Foto: Arquivo pessoal

A balsa construída ano passado com a casa com dois pisos, sendo a parte de cima montada com três quartos, sala, cozinha e um banheiro. Josilene revela que o antigo dono usava utilizava a parte de cima para morar com a família e a parte de baixo como oficina.

“Tem três quartos, banheiro, uma sala que é junto com a cozinha também, mas não está mobiliada porque quando compramos a pessoa retirou tudo. A gente pode mobiliar, mas não pretendemos morar porque temos nossa casa. Talvez a gente coloque algumas coisas para meu marido ter um conforto durante o trabalho. A parte de baixo será uma oficina mesmo. A de cima não sabemos o que fazemos”, destacou.


*Por Aline Nascimento, do g1 Acre

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