Carlos José da Gama Rodrigues – O pedreiro da arte real

Um autêntico e dedicado à causa maçônica de outrora. Pertenceu a velha guarda dos trabalhadores da arte real que muito se entregou e contribuiu enquanto permaneceu entre nós. Durante toda sua vida participou e atuou nos seus deveres maçônicos e dos menos favorecidos.
 

Dos seus inúmeros afazeres diários dedicava o seu precioso tempo para desempenhar suas obrigações maçônicas e dos seus parcos recursos nunca se recusou a atender aos desvalidos com toda simplicidade que lhe era peculiar. Naquele período a maçonaria amazonense trabalhava permanentemente nas lojas, em um desdobramento contínuo de atividades em prol do crescimento do simbolismo maçônico, ele de certo, ocupou lugar na primeira fila e como combatente marchou sempre na vanguarda com uma participação efetiva e dedicada. Estudioso dos ensinamentos da arte real e conhecedor da legislação da época trabalhou muito para manter a maçonaria em destaque. 

José Carlos da Gama Rodrigues. Foto: Acervo/Abrahim Baze

Como bom soldado da arte real não poupou esforços para ser útil aos seus irmãos e as lojas que frequentava. Procurava de toda forma exprimir o conceito de que a maçonaria não era apenas um motivo de encontro entre os irmãos, mas sim um trabalho voltado aos menos favorecidos, não viveu dela, mas viveu para ela, consagrando grande soma de suas energias ao bem-estar dessa instituição.

José Carlos da Gama Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, a 23 de agosto de 1871. Fez os seus primeiros estudos em Lisboa e veio para Manaus, em 1891, seguindo a carreira do comércio. Exerceu suas atividades na importante Casa Comercial Mello e Cia., de quem empregou-se a partir de 1900. Foi sócio-correspondente de várias sociedades de Lisboa, oficial da Guarda – Nacional e na política suplente de Intendente Municipal de Manaus. Em janeiro de 1894, foi iniciado nos mistérios da maçonaria por indicação do poderoso irmão Deocleciano Justino da Matta Barcellar na cidade de Óbidos, no estado do Pará. A 2 de junho de 1894, regularizou-se na Grande Benemérita Loja Capitular Esperança e Porvir no Oriente de Manaus. A 7 de agosto de 1895, foi elevado ao Grau 17, a 6 de novembro de 1896, ao Grau 18. 

Foto: Acervo/Abrahim Baze

Em 1898 toma parte na instalação da Loja Capitular Força e União no Oriente de Óbidos, onde exerceu os cargos de secretário e primeiro vigilante. A 18 de maio de 1899, foi elevado ao Grau 30, a 1 de agosto de 1899 conquistou os graus 31 e 32 e em 1 de setembro do mesmo ano lhe é concedido o Grau 33. 

Já em Manaus, em maio de 1900, foi eleito tesoureiro adjunto da Grande Benemérita Loja Capitular Esperança e Porvir no Oriente de Manaus, mais tarde foi eleito primeiro grande vigilante da mesma Loja. Em 1 de junho de 1900, foi agraciado com o título de Membro Honorário do Supremo Conselho do Brasil. 

A 1 de junho de 1900, filia-se na Grande Benemérita Loja Capitular Rio Negro. A 30 de julho de 1900, toma parte na Instalação da Grande Benemérita Loja Capitular Deus Lei e Perseverança sendo então seu venerável interino. A 30 de agosto de 1900 é eleito membro instalador do Consistório dos Sublimes Princípios do Real Segredo do Estado do Amazonas. Em 1901, foi eleito Primeiro Grande Vigilante da Loja Capitula Esperança e Porvir. Em maio de 1902, foi eleito secretário da mesma loja. A 21 de maio 1902 a Grande Benemérita Loja Capitula Fraternidade Amazonense conferiu-lhe o título de filiado livre. 

Foto: Acervo/Abrahim Baze

Em maio de 1903 é leito primeiro vigilante da Grande Benemérita Loja Capitular Esperança e Porvir. Foi orador da Grande Benemérita Loja Rio Negro e Deus Lei e Perseverança. Em maio de 1904, foi reeleito primeiro vigilante da Loja Capitular Esperança e Porvir, foi também eleito Venerável Mestre da Loja Deus Lei e Perseverança. Em maio de 1905, foi reeleito primeiro vigilante da Grande Benemérita Loja Capitular Esperança e Porvir. Em 14 de março de 1906, a Grande Benemérita Loja Capitular Esperança e Porvir concede-lhe o título de benemérito. Ainda em 1906 é reeleito primeiro vigilante da mesma Loja, cargo que permanece até 1910, neste mesmo período de 1910, exerceu de primeiro vigilante da Grande Benemérita Loja Fraternidade Amazonense. 

Foto: Acervo/Abrahim Baze

*Informações pesquisadas nas atas da Grande Benemérita Loja Simbólica Rio Negro nº 4.

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