Infectologista alerta para aumento de casos de Chikungunya na Amazônia

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O ano começou e a guerra contra o mosquito Aedes aegypti continua. Diferente do que aconteceu em 2016, quando houve um surto de casos de Zika vírus, este ano a preocupação das autoridades de saúde é com o Chikungunya. As duas doenças, assim como a Dengue, são transmitidas pela picada do mosquito.

De acordo infectologista Antônio Magela, chefe do Departamento Clínico da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT/HVD), unidade da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), a previsão do aumento de casos de Chikungunya é preocupante, porque a doença apresenta sequelas que podem perdurar por até um ano após o período infeccioso.

Os casos confirmados de Chikungunya aumentaram 15 vezes de 2015 para 2016, passando de 8.528 para 134.910. O Ministério da Saúde (MS) prevê um aumento significativo da doença em 2017, em todo o país. O Amazonas registrou no ano passado 1.075 casos de Chikungunya.

Antonio Magela explica que o Chikungunya se diferencia das outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, pelas dores em decorrência da inflamação das articulações. O paciente apresenta problemas que vão desde o simples movimento para segurar objetos e fechar as mãos, até casos extremos de dificuldade para se locomover. “Há relatos de pessoas que ficaram sem andar e com dores muito fortes, enquanto perduraram os efeitos da doença”, frisou.

Segundo Antonio Magela, para orientar os profissionais de saúde sobre a conduta clínica que deve ser adotada no atendimento ao paciente com Chikungunya, o MS lançou recentemente um guia com 77 páginas, com informações sobre os cuidados com as gestantes, crianças, idosos e portadores de doenças crônicas, medicamentos recomendados e exames necessários. “Esse material servirá para que o profissional avalie cada caso da doença e faça a abordagem correta ao paciente”, disse.

O médico ressalta que o Chikunguyna, assim como o Zika vírus, é uma doença relativamente nova no Brasil e que necessita de mais pesquisas para que se conheça melhor o vírus. Ele diz que, enquanto os estudos avançam, a única forma de prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é o combate ao mosquito. “A população precisa continuar em alerta e tomando todos os cuidados para eliminar os locais com água parada, tanto em casa como no trabalho, principalmente porque estamos no período chuvoso no Amazonas, o que redobra a preocupação. Somente em conjunto, é possível manter-se protegido dessas doenças”, enfatizou.

As medidas que devem ser adotadas para eliminar os possíveis criadouros do mosquito são simples. O recomendado é: tampar os camburões e caixas d´agua; manter as calhas sempre limpas; deixar as garrafas sempre viradas; e manter as lixeiras fechadas.

Os sintomas de Chikungunya são semelhantes aos de Dengue. O paciente apresenta febre alta, dor de cabeça e manchas no corpo. A única diferença são as dores articulares intensas. Já no caso do Zika vírus, a febre é baixa e surgem manchas nos corpos. O tratamento do Chikungunya, assim como da Dengue e Zika vírus, se dá pelos sintomas. Para os casos em que as dores nas articulações persistem, mesmo com o fim do quadro infeccioso – que dura em média de sete a doze dias –, os pacientes precisam de acompanhamento com médico reumatologista e fisioterapeuta.

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