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Parque no Mato Grosso tem extinção aprovada por Assembleia Legislativa do Estado

Parque no Mato Grosso tem extinção aprovada por Assembleia Legislativa do Estado
Cachoeira do Jatobá, no Parque Estadual Serra Ricardo Franco. Foto: Renato Moreira/Wikiparques-O Eco
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, no dia 19 de abril, em primeira votação, a extinção do Parque Estadual Serra Ricardo Franco, criado há 20 anos. Parte da área protegida de 158,6 mil hectares é ocupado por grileiros e por donos legítimos da terra. O governo iniciou um levantamento para separar quem era dono antes de criação da unidade e quem era invasor. O objetivo era regularizar a situação fundiária do parque, mas os deputados estaduais resolveram acabar com a unidade. As informações são do O Eco.

Um dos donos de fazendas dentro do parque é o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), que possui quatro propriedades no local. Segundo a reportagem do 'De olho nos Ruralistas', de Cauê Ameni, elas foram adquiridas depois da criação do parque, entre 2006 e 2013. Existem outras fazendas no parque além dessas.

Em 2015, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) começou a organizar as informações para saber quais propriedades existiam antes da criação do parque, e, portanto, eram de donos legítimos, e quais apareceram depois. A ideia era expulsar os grileiros e regularizar os donos, ora indenizando, ora vendendo a propriedade para outros proprietários rurais que precisassem compensar a reserva legal que haviam desmatados.

A regularização fundiária, que preservaria um dos parques mais importantes do Estado, que abriga espécies endêmicas, cachoeiras e uma fauna riquíssima nem chegou a ser concluída: o legislativo estadual preferiu fabricar um decreto legislativo que simplesmente acaba com a área protegida.

Um decreto legislativo não necessita da assinatura do governador Pedro Taques (PSDB) para ser sancionado e nem pode ser vetado pelo Executivo. Apresentado pelas “lideranças partidárias”, o decreto que susta a criação do Parque usa como justificativa, já que a Unidade de Conservação é uma das mais desmatadas do Estado, “não cumpriu os requisitos necessários para sua efetiva implantação” e, portanto, deve deixar de existir.

O decreto segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). De lá volta para o plenário onde haverá a votação em segundo turno. Caso aprovado pela segunda vez, o Parque Estadual Serra Ricardo Franco estará extinto.

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