Chuva agrava situação da enchente nos rios no Acre

Choveu 29% acima da média esperada para o mês de fevereiro, em Rio Branco, capital do Acre, até esta segunda-feira (27). Segundo a Defesa Civil Municipal, o esperado era de 280 milímetros (mm), mas já choveu 362 mm. O coronel George Santos, coordenador da Defesa Civil no município, disse que choveu 54,2 milímetros entre domingo (26) e segunda e acrescentou que tem chovido acima da média esperada na região desde setembro de 2016. As informações são do G1 Acre.

O coronel explica que os três primeiros meses do anos são os mais chuvosos da região. Ele acrescenta que a previsões dos órgãos de meteorologia apontam que situação deve amenizar o próximo sábado (4). “Isso não significa que não vai ter chuva. Vai continuar chovendo, mas não na mesma proporção”, ressaltou o coordenador.

Segundo Santos, em a média de chuva em janeiro é de 280 mm. No entanto, em janeiro de 2017 choveu mais de 500 mm, índice 89% acima da média prevista. Isso torna o mês o mais chuvoso desde 1970, quando o nível do rio Acre, que banha a capital, começou a ser monitorado. “Choveu mais que em 2015, ano da cheia histórica. Porque em 2015 choveu durante uma semana inteira, logo depois do Carnaval na quarta-feira de Cinzas”, relembrou.

Vazante

Ainda assim, o nível do rio Acre, na capital acreana, tem apresentado vazante desde o domingo (26). O manancial marcou 13,06 metros (m) no sábado (25) e chegou a 12,90 m na segunda. Cerca de 100 boxes foram construídos no Parque de Exposição Marechal Castelo Branco, caso o nível do rio aumente e desabrigue famílias. A Defesa Civil começou a preparar o local iniciou na segunda-feira (20), quando o rio chegou a 12 metros.

O rio deve continuar em vazante nos próximos dias, mas, segundo Santos, a previsão a chuva não deve parar. “Vai depender da quantidade de chuva e onde estão acontecendo. Hoje pode estabilizar ou voltar a subir, mas a tendência é que ele continue apresentando essa pequena vazante”, detalhou.

A cheia histórica em rio Acre aconteceu no dia 4 de março de 2015, quando o rio chegou a 18,40 metros e desabrigou mais de 10,4 mil pessoas em 53 bairros.

Rio Juruá
 

Rio Juruá voltou a subir em Cruzeiro do Sul. Foto: Anny Barbosa/Rede Amazônica

Já em Cruzeiro do Sul, o rio Juruá voltou a subir depois de ter vivido uma cheia histórica entre o final de janeiro e o início de fevereiro, quando atingiu 14,24 m. Dessa vez, chegou a 12,53 m nesta segunda-feira (27), ultrapassando em 73 centímetros a cota de alerta do manancial, de 11,80 m.

“Continuamos monitorando juntamente com o Corpo de Bombeiros para que não venha a ocorrer nenhum tipo de surpresa”, disse o coordenador da Defesa Civil do Acre, coronel Carlos Batista. Apesar da subida do rio, nenhuma família precisou sair de casa. Ao menos 12 permanecem em aluguel social pago pela prefeitura do município desde a última enchente.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) reconheceu, no dia 3 de fevereiro, o estado de situação de emergência da cidade. No mesmo dia, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, vistoriou as áreas afetadas pelas águas e afirmou que, com o reconhecimento de situação de emergência, o governo federal disponibilizou um montante de quase R$ 4 milhões para ações emergenciais.

Rios amazônicos

Segundo o 8° boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), divulgado na sexta-feira (24), a situação da Bacia Amazônica é:

Purus: 
os rios Acre e Purus estão no período de pico de cheia com cotas próximas das médias para época.

Negro:
em São Gabriel da Cachoeira (AM), o rio Negro baixou 2,09 m nos últimos 15 dias, mas ainda se encontra com nível acima da média para a época. Na capital, Manaus, o rio apresentou uma redução no seu ritmo de subida, porém permanece com cotas elevadas para a estação.

Branco: 
em Boa Vista e Caracaraí (RR) permanece com cotas abaixo das médias para o período.

Solimões: 
na última semana, em Tabatinga (AM), o rio Solimões teve leve redução em seu nível, o que desencadeou redução no ritmo de subida nas estações a jusante (Fonte Boa, Itapeuá e Manacapuru), porém segue com níveis elevados para a época.

Amazonas: 
em Parintins (AM), o rio Amazonas está 3,91 m acima do registrado para mesma data – 24 de fevereiro – de 2016 e apenas 45 cm abaixo do registrado para mesma data de 2009 (maior cheia).

Madeira: 
em Humaitá (AM), o rio Madeira está em processo de cheia, com cotas abaixo das médias para época.

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