Polícia Federal deflagra operação contra comércio e contrabando de ouro da Terra Yanomami e Venezuela

São cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Boa Vista, dois em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, dois em Natal (RN), um em São Miguel do Gostoso (RN) e um em Jandira (SP).

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (6) uma operação para desarticular uma organização criminosa responsável pelo comércio de ouro ilegal em Roraima. O material seria comprado de contrabando e de garimpos irregulares, principalmente na Terra Indígena Yanomami.

Na ação, denominada operação Zósimo, a PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Boa Vista, dois em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, dois em Natal (RN), um em São Miguel do Gostoso (RN) e um em Jandira (SP).

Operação Zósimo, da PF, cumpre cinco mandados em BV e dois em Pacaraima — Foto: PF/Divulgação

Foi determinado, ainda, o bloqueio de mais de R$ 1 milhão e trezentos mil reais dos investigados, informou a PF.

As investigações iniciaram em setembro de 2018, quando um homem tentou embarcar em um avião com 3 Kg de ouro. Ele teria apresentado documentos falsos para comprovar que o metal era legítimo. Uma testemunha enganada pelo suspeito confirmou a falsidade.

Ainda segundo a PF, esse mesmo suspeito coagiu uma testemunha para tentar recuperar o ouro apreendido. Ele foi alvo de três mandados de busca e apreensão e um de prisão em novembro daquele ano.

A PF identificou que há registros de movimentação de mais de 10 kg de ouro, além de documentos de compra do material por uma empresa de São Paulo em mais de um R$ 1 milhão. Essa empresa está envolvida na Operação Hespérides, deflagrada em 2019, que investigou um esquema de contrabando de ouro da Venezuela.

Diante da comprovação de documentos e provas, foi identificada uma organização criminosa que atuava na compra de ouro contrabandeado da Venezuela e de garimpos ilegais localizados na Terra Indígena Yanomami. Além do financiamento do ouro, a organização fornecia insumos para a região, como combustível e mercúrio, disse a PF.

O nome da operação faz referência ao alquimista Zósimo de Panópolis, que viveu na região do Egito por volta do século II d.C. e buscava, como outros alquimistas, desvendar os mistérios da conversão de metais diversos em ouro.

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