Os famosos ‘Soldadinhos’ podem ser uma praga; entenda por que:

Designados como ‘soldadinhos’ ou ‘viuvinhas’, insetos podem ser destrutivos se suas populações forem altas

Lembra deles? Provavelmente você já os viu quando era criança. Esses insetos são conhecidos popularmente no Brasil como ‘soldadinhos’, fazem parte da família Membracidae e constituem um grupo relacionado com as cigarras e cigarrinhas. Existem cerca de 3200 espécies distribuídas em cerca de 600 gêneros e sua característica mais marcante é a parte dorsal do seu corpo, semelhante a um capacete – daí o nome popular -, que serve de camuflagem.

Os ‘soldadinhos’ se alimentam da seiva das árvores e arbustos. O excesso da seiva é excretado, formando uma substância rica em açúcar, que costuma atrair as formigas. Algumas espécies apresentam formas bem desenvolvidas de mutualismo (relação positiva de interdependência entre espécies) com as formigas. 

Foto: Reprodução/Diário de Biologia

Essas espécies são geralmente gregárias, ou seja, se agrupam em populações estruturadas, permanentes ou temporárias, visando a proteção dos indivíduos que a compõem, atraindo mais formigas. As formigas protegem-nas contra predadores.

Mas você sabia que os ‘soldadinhos’ podem ser destrutivos, chegando a ser considerados pragas?

Segundo o pesquisador do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido (CPATU/EMBRAPA), Antonio Brito, esses pequenos insetos podem causar danos diretos e indiretos aos agricultores. “Quando se alimentam da planta, acabam esgotando suas reservas nutritivas, promovendo um enrugamento de tecidos novos e a queda das flores e frutos novos”, afirma o pesquisador.

Foto: Reprodução / Wikimedia Commons

Sobre sua fezes, que servem de alimento para as formigas, mesmo não sendo tão abundantes, o pesquisador explica que não são consumidas totalmente, fornecendo substrato, nas folhas e outras partes, para o desenvolvimento de um fungo chamado Capnodium sp., conhecido por ‘fumagina’. Esse fungo cobre com uma fina película preta as folhas e demais partes da planta, impedindo o processo de fotossíntese e, consequentemente, reduzindo a produção da planta.

Apesar disso, Antonio Brito recomenda que controle de soldadinhos só deve ser feito se suas populações forem altas e se for constatado que eles estão realmente prejudicando as plantas.

Foto: Reprodução / Bio Orbis

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Cientistas aprimoram metodologia para reduzir impacto da mineração na Serra dos Carajás

Nova técnica pode ajudar a proteger ecossistemas que abrigam espécies que só existem em áreas ricas em ferro.

Leia também

Publicidade