Rebojo: conheça o fenômeno natural que assusta os navegantes da Amazônia

O rebojo é um redemoinho causado pela densidade da água e por uma formação geomorfológica

No dicionário, a palavra rebojo significa “remoinho de água que se forma no rio e leva coisas para o fundo”. Esse termo é um velho conhecido dos capitães e marinheiros que desafiam as misteriosas águas da Amazônia. Afinal, o rebojo é responsável por muitos acidentes, ainda mais quando quem comanda a embarcação não conhece os perigos das estradas aquáticas da região.

De acordo com as lendas, o rebojo é causado pelos movimentos da Cobra Grande, que está adormecida nas profundezas dos rios. Porém, na realidade, o fenômeno é menos emocionante.

O rebojo é um redemoinho causado pela densidade da água e de uma formação geomorfológica, ou seja, um tipo de relevo que existe no fundo do rio. Quando a correnteza desce para o fundo, acaba encontrando essa resistência (rochas, seixo, areia e detritos) e, desse atrito, se forma uma espécie de movimento circular que vem até a superfície, fazendo o rebojo.

Perigo

No fundo do rio, a correnteza pode alcançar até 7 km por hora, por esse motivo, o rebojo apresenta um perigo, porque quando a embarcação adentra o funil o risco dele ser puxado é grande.

Segundo o professor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), José Camilo, o rebojo está distante do lugar da ocorrência. “Por causa da velocidade da correnteza, o rebojo é transportado, então, esse movimento é muito perigoso para a navegação”, explicou.

Mas, quais são as áreas em que mais acontecem os rebojos? Existem locais mais propícios para o surgimento deste fenômeno como, por exemplo, no Rio Amazonas, que é um rio em formação. Nessa região, a presença do rebojo é tão forte que os comandantes conseguem sentir o balançar das embarcações em decorrência da força ocasionada pelo fenômeno. Já no Rio Negro, o rebojo acontece pouco, porque a velocidade da água é de apenas 3 km por hora.

O professor José Camilo teve a oportunidade de navegar por vários rios da região. Ele destaque que, realmente, nunca observou o rebojo nas águas escuras do Rio Negro. “O rebojo acontece mais em águas barrentas, ou seja, rios em formação. Entre os rios com maiores chances de registro do rebojo estão: Rio Juruá, Rio Purus, Rio Madeira e Rio Japurá.”, contou o educador.

Salvação?

No desespero, quando a pessoa é sugada pelo rebojo, ela acaba se afogando. Para Camilo, a única forma de escapar do rebojo é relaxar. “Eu sei que algo contraditório, entretanto, a calma é primordial para a sobrevivência, porque a pessoa precisa saber para onde a força está o puxando. Nunca tentar subir de primeira, mas sair do funil e ir à tona em outro lugar fora do movimento da água”, revelou. 

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