Como escolher a profissão para seguir

Passamos, em média, 60% de nossas vidas trabalhando ou executando projetos profissionais. Por isso, precisamos escolher muito bem a área que vamos seguir ou a área que vamos iniciar uma transição de carreira. Estima-se que hoje, no mundo, há 75% de profissionais arrependidos com as profissões que escolheram. É um dado alarmante. É por isso que muitos, depois de 20 ou 30 anos de trabalho, decidem praticar a tão comentada transição de carreira, que significa a mudança de uma área para outra. É um processo um pouco mais doloroso, mas não impossível de fazer.

Para acertamos na escolha da profissão ou transição de carreira devemos considerar pontos profissionais, habilidades técnicas, lados dominantes, temperamentos e habilidades naturais, aquelas que temos mesmo sem termos nos capacitado profissionalmente:

– Pontos profissionais: são aqueles adquiridos diante de experiências obtidas. Normalmente, quando se fala em experiências se imagina a ocupação em um cargo. Não necessariamente uma experiência é adquirida apenas trabalhando em uma empresa, mas sim em tudo que nos cerca. Por exemplo: se você faz parte do grupo de jovens da sua igreja, essa é uma experiência. Qual a sua atividade diante dessa função? Você aconselha? Você ajuda a solucionar conflitos? Você faz os cálculos de custos quando há um evento com os jovens? Você faz compras de suprimentos para um retiro? Você ajuda ou organiza os eventos? Você ajuda membros da equipe quando se machucam? Em qualquer uma dessas rotinas você adquire experiências, que deverá ser considerada na escolha profissional. Se eu gosto mais de organizar eventos, eu tenho uma tendência maior para a área de Marketing. Se eu gosto mais de controlar os custos e finanças, eu tenho uma tendência maior para a área de Ciências Contábeis, Gestão Financeira, Economia ou afins. Se eu gosto mais de solucionar conflitos, eu tenho uma tendência maior para a área de Administração, Relações Públicas ou afins. Se eu gosto mais de ajudar os membros da equipe que se machucam, eu tenho uma tendência maior para funções na área da Saúde. E assim por diante.

– Habilidades técnicas: são os cursos realizados, seja de nível médio ou profissionalizante. Digamos que você cursou o profissionalizante de Assistente Administrativo. Se você se identificou com ele, ótimo. É só seguir. No entanto, se surgiram dúvidas e não se identificou muito com o que aprendeu, você precisa tomar outro rumo durante as análises para a decisão de qual área migrar. Digamos que com o tempo você percebeu que a sua maior atração é pela área de Segurança do Trabalho. Aparentemente, Administrativo e Segurança do Trabalho podem soar como áreas completamente opostas. No entanto, o melhor direcionamento a seguir é você analisar o que aprendeu no curso da área Administrativa que pode ser usado nas rotinas da Segurança do Trabalho. Você aprendeu a elaborar relatórios? Ótimo, na Segurança do Trabalho eles são muito necessários. Você aprendeu a mexer em Excel? Ótimo, na Segurança do Trabalho essa é uma habilidade crucial. Você aprendeu a elaborar documentos, informativos e outros? Excelente, isso também pode ser usado nas rotinas de Segurança do Trabalho. E assim por diante. Nesse item, o maior desafio que temos é relacionar um ponto com o outro.

– Lados dominantes: você sabe qual o seu lado dominante? Se é de criação, se é analítico, se é organizador, se é comunicativo, se é planejador, se é executor? Cada um deles tem uma tendência de profissão. Por exemplo: o lado da criação leva para o caminho da Publicidade, Propaganda, Marketing, Design, Artes e afins. O lado analítico leva para o caminho de trabalhos que envolvam gestão administrativa, contábil, fiscal, auditorias e similares. O lado organizador leva para profissões internas. Normalmente, profissionais com esse perfil terão dificuldades para trabalhos como vendas externas ou organização de eventos. O lado comunicativo leva para profissões como Relações Públicas, Jornalismo, Comunicação, Marketing e outros. O lado planejador leva para profissões de rotinas metódicas que tenham alto grau de análises de riscos, gestão de custos, engenharias e outros. O lado executor leva para profissões de campo como organização de eventos in loco, comercial externo, agronomia, articulação, diplomacia e outros. E assim por diante. Qual o seu lado dominante? Ele pode determinar o seu futuro.

– Temperamentos: fleumático, sanguíneo, colérico ou melancólico? Qual deles é você? Apesar de terem nomes estranhos, cada um tem pontos positivos que são fundamentais para o dia-a-dia no trabalho. O fleumático, por exemplo, tem um perfil diplomático, mais voltado para o perfil liberal, que acredita muito nas pessoas e em seus potenciais. Para ele, sempre há uma forma de resolver tudo. É o tipo de profissional que trabalhar bem sob pressão, mas claro, tem o seu limite. Dentro disso, qual profissão você acha que pode ser interessante? O sanguíneo é o perfil da maioria dos brasileiros: gostam de agito, é conversador(a), contador(a) de histórias e anima qualquer um. Para ele, sempre há motivo de alegria. Dentro disso, qual profissão você acha que pode ser interessante? O colérico é o perfil sentimental mais frio, racional, pragmático. É o tipo de profissional que trabalha tranquilamente sob oposição e tem foco real e absoluto em resultados, independente da área que estiver atuando. Dentro disso, qual profissão você acha que pode ser interessante? O melancólico é o perfil mais pensativo, reflexivo, analítico, não gosta de exposições públicas e é muito teórico. É o tipo de profissional que age por trás dos bastidores e não tem pretensão de ir para a frente. Dentro disso, qual profissão você acha que pode ser interessante?

E então? Qual é o seu tipo de temperamento?

Além disso tudo, ainda temos as habilidades naturais. Muitos profissionais do comportamento humano dizem que já nascemos com elas. Outros dizem que as desenvolvemos com base nas tendências comportamentais que temos diante do ambiente que vivemos. Independente das duas hipóteses, elas são características muito importantes para a nossa decisão profissional ou de transição de carreira. Muitas crianças têm um alto nível de habilidade para elaborar desenhos. Outras para montar e desmontar algo. Outras para cantar, dançar e se “apresentar”. Outras para fazer trabalhos manuais. Diante disso, precisamos refletir sobre o que gostávamos de fazer quando éramos pequeninos. Se você gostava de trabalhos manuais, pode ser um(a) ótimo(a) profissional de Produção, Mecânica, Elétrica ou afins. Se você gostava de montar e desmontar pode ser um(a) ótimo(a) de Engenharia Civil, Montagens e outros. Se você gostava de elaborar desenhos pode ser um(a) excelente design, artista plástico(a), pintor ou outros. Enfim.

Cada característica que temos pode e deve definir o nosso futuro, não somente o pessoal, mas o profissional. Não podemos seguir em áreas que não fazem parte do que amamos fazer. Senão, futuramente teremos a frustração de olhar para trás e ver que não fizemos o que gostaríamos.

*Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazonas, CBN Rondônia e Portal Amazônia.

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