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Quinta, 02 Mai 2024

Saiba quais são as maiores enchentes do Acre

Marca registrada no domingo (3) já é a terceira maior da série histórica. Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

O nível do Rio Acre alcançou a marca de 17,84 metros na medição das 6h desta terça-feira (5), segundo a Defesa Civil de Rio Branco. Com isso, a capital acreana se aproxima da maior cota histórica já registrada, de 18,40 metros em 2015. Essa já é a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971.

Maior enchente da história

O Rio Acre alcançou a maior marca de todos os tempos em 4 de março de 2015. À época, mais de 100 mil pessoas foram atingidas pelo avanço das águas. O Governo Estadual decretou situação de emergência e estado de calamidade pública, que foram reconhecidos pelo Governo Federal. O manancial ficou 32 dias acima da cota de alerta, que é de 13,50 metros.

No total, mais de 10 mil pessoas ficaram desabrigadas, mais de 25 mil famílias foram atingidas e 53 bairros invadidos. O prejuízo estimado é de R$200 milhões a R$600 milhões. Uma operação de guerra foi montada pelo governo estadual para dar suporte às milhares de famílias atingidas pela cheia, dada como o maior desastre ambiental da história do estado. Quase 30 abrigos, entre públicos e comunitários, foram preparados para receber as vítimas.

Mais de 4 mil fora de casa na capital em 2024

Em 2024, já são 45 bairros e 18 comunidades rurais atingidos pela cheia em Rio Branco, e mais de 4 mil pessoas precisaram deixar suas casas segundo a prefeitura da capital, com dados desta segunda (4).

Somente nos abrigos mantidos pela prefeitura de Rio Branco, no Parque de Exposições e escolas, são 4.063 pessoas desabrigadas, segundo a Defesa Civil Municipal:

Em todo o estado, pelo menos 26.449 pessoas estão fora de casa em todo o estado, dentre desabrigados e desalojados, segundo a última atualização feita pelo governo do estado nesta segunda (4). Além disso, 19 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofrem com os efeitos das enchentes e quatro pessoas já morreram em decorrência da cheia.

Com a marca alcançada nesta segunda, o rio está há 65 centímetros da maior cota já registrada na capital, de 18,40 metros, há exatos nove anos.

O índice atual também equivale a seis centímetros a mais que o registrado em 2 de abril de 2023. Naquela ocasião, o manancial detinha a segunda maior cota registrada na capital, de 17,72 metros. Eram cerca de 945 famílias com 3.041 pessoas desabrigadas.

Somente nos abrigos mantidos pela prefeitura de Rio Branco, no Parque de Exposições e escolas, são mais de 4,3 mil pessoas desabrigadas, segundo a Defesa Civil Municipal com dados de domingo.
Capital Rio Branco enfrenta a segunda maior enchente da história. Foto: Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre

Oscilação

Na tarde de sábado (2), o nível do rio começou a apresentar oscilação. Depois de alcançar os 17,54 metros às 12h, o rio Acre baixou 2 centímetros às 15h e marcou 17,52 metros. Às 18h, o manancial retornou à marca de 17,54 metros (veja gráfico detalhado abaixo).

Nesta segunda-feira (4), uma comitiva do governo federal chegou ao Acre para dar assistência aos atingidos pela cheia. Vieram, entre outros, o ministro de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

"Quantas ações forem necessárias na transversalidade, a gente vai realizar no Acre como fizemos ano passado que só de ajuda humanitária foram mais de R$ 30 milhões e este ano serão volumes infinitamente maiores e não estamos falando só de respostas, porque quando somar esses valores da saúde, do desenvolvimento social, do FGTS, temos que considerar depois o restabelecimento, reconstrução de muitos ambientes que estão sendo perdidos e trabalhar a questão da adaptação, que a ministra Marina conduz esse projeto que é muito importante, tem o Fundo Clima que ela vai se referir, tem valores da adaptação climática", destacou o ministro Waldez Góes.

A ministra Marina Silva destacou novamente eventos como as enchentes são agravadas por alguns fatores: desmatamento, assoreamento de rios e a mudança do clima.

"Por isso estamos trabalhando um plano estruturante, são nove ministérios trabalhando para que a gente possa dar uma resposta junto com os estados mais ponderáveis e os municípios mais ponderáveis. E, obviamente, a principal ação é enfrentar a causa do problema: desmatamento, que aumenta a temperatura da terra, faz com que a haja o assoreamento dos rios e também faz com a gente tenha cada vez mais esses eventos", 

confirmou.

O Governo Federal liberou ainda mais de R$ 20 milhões para as ações de assistência aos atingidos pelas enchentes no Acre, na capital e no interior do estado. As portarias foram publicadas nas edições dos dias 29 de fevereiro e esta segunda-feira (4) no Diário Oficial da União (DOU). Para capital Rio Branco foram destinados mais de R$ 4 milhões.

Em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) de sexta-feira (1º), o governo do Acre declarou emergência em saúde pública no estado em razão da cheia dos rios e o volume das chuvas que atingem 19 municípios do estado, desde o dia 21 de fevereiro. O decreto tem vigência de 180 dias.

*Editada com as informações de reportagens do g1 Acre

**Mudanças ainda podem ocorrem de acordo com a evolução do fenômeno


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