De bicicleta, chileno leva espetáculos de fantoches à crianças de todo o mundo

Escola do sul do Chila recebendo o projeto. Foto: Divulgação/Bibliocletas por el Mundo 

MANAUS - Viajar o mundo fazendo apresentações com fantoches para crianças de locais distantes. Este é o trabalho de Felipe Alejandro Nelson Gutierréz. O diferencial, é que o chileno de Santiago viaja o mundo de bicicleta. Seu projeto, chamado "Bibliocletas" leva conhecimento e diversão para regiões distantes, além alegria a lugares onde crianças passam por situações difíceis.

Projeto em Presidente Figueiredo. Foto: Divulgação/Bibliocletas por el Mundo 

Em julho ele aterrizou no Amazonas para visitar comunidades ribeirinhas. Agora quer ir além e levar a atividade lúdica até escolas indígenas em todoa a Amazônia. Felipe percorreu de bicicleta mais de 5 mil quilômetros saindo do Chile e percorrendo a Bolívia, Acre e finalmente chegando a Manaus. Ao todo, foram mais de seis meses de viagem para chegar à capital do Amazonas. “Eu cheguei em Manaus em julho e a ideia é ficar por aqui por três meses. Eu estou bem feliz com os trabalhos que estamos realizando aqui”.

Em menos de dois meses Felipe visitou escolas no Lago Ararinha, próximo ao município de Careiro da Várzea, e escolas da área urbana e rural de Presidente Figueiredo. Lá ele realizou oficinas e apresentações para ensinar para crianças e adultos o trabalho com fantoches.

Programação

Neste domingo (21), ele realiza uma série de apresentações na Feira Urbana de Alternativas (FUA) da Fundação Amazonas Sustentável (FAS). "Nós estamos convidando creches e escolinhas para as apresentações de manhã e à tarde, que vão acontecer na FAS", diz.

O objetivo do chileno no Amazonas estaria concluído se ele pudesse chegar a escolas indígenas. "Nós entramos em contato com a Funai e outros órgãos, mas existe uma burocracia muito grande para realizar nossa arte nessas tribos. Nós estamos entrando em contato com prefeituras da região, mas estamos precisando de ajuda para chegar em lugares mais distantes", disse Nelson.

História

Felipe Nelson viaja desde 2002, quando aos 24 anos foi para o México continuar seus estudos como ator na cidade Guanajuato, sede da escola mexicana de Belas Artes. Foi lá que ele entrou em contato com os fantoches e descobriu o que queria fazer.

Desde então, passou por mais de 30 países, de bicicleta, levando apresentações de fantoches e livros para escolas e comunidades em locais remotos. Felipe já esteve em comunidades autônomas no México, tribos indígenas na Bolívia, em cidades do Pantanal Brasileiro e a última escola do território chileno no continente, a ilha Dawson. Para ele o importante é troca de culturas e conhecimento que essas regiões propiciam, principalmente no sentido de aprender a viver somente com o que precisa. 

Além de áreas remotas ele também já viajou para Alemanha, Argentina, China e Vietnã para aprender sobre trabalhos com fantoches neste países. Na China por exemplo ele passou três meses na escola de fantoches de sombra, onde ficou encantado com o trabalho e a execução dos artistas.

O futuro

Depois do Amazonas ele pretende seguir para as regiões atingidas por terremotos no Equador. Para Felipe, as crianças dessas localidades precisam de alegria. "Eu quero levar a arte para essas crianças. Elas precisam de alegria para tirar um pouco a mente do sofrimento e os prejuízos que os terremotos têm causado", disse.