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Sexta, 26 Abril 2024

Variação na temperatura do oceano pode interferir no regime de chuvas do Norte

MANAUS - Um estudo desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em parceria com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) identificou que a variação na temperatura do oceano Atlântico Sul interfere no regime de chuvas da região Norte, podendo causar chuva em excesso ou também escassez dela. A pesquisa realizada pelo graduando em meteorologia da UEA, Luan Carvalho ganhou destaque na sexta edição do Simpósio de Climatologia (SIC) realizado este ano.
Luan mostrou pesquisa durante Simpósio de Climatologia. Foto: Divulgação
De acordo com Carvalho, o aquecimento do Atlântico Tropical Sul influencia no posicionamento da zona convergência intertropical, que é uma banda de nebulosidade (cobertura do céu por nuvens) que envolve o globo formado pelos ventos alísios oriundos de sudeste do Hemisfério Sul e de Nordeste do Hemisfério Norte. Esses ventos ao convergirem em baixos níveis trazem umidade que causam elevação para níveis mais altos da atmosfera devido ao aquecimento da superfície da terra, gerando assim nebulosidade e posteriormente as chuvas.
“Nós fizemos esse estudo para uma escala decadal, ou seja, uma variabilidade de baixa frequência. Então, baseado no resultado encontrado no trabalho, podemos observar chuva significativa em regiões mais setorizadas como o Centro-Oeste, Nordeste e Sul do Amazonas”, disse o pesquisador.
Chuvas do Norte são influenciadas pelo Oceano. Foto: Reprodução/Shutterstock
A doutora em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Rita Andreoli, enfatiza que os resultados da pesquisa demonstram uma aplicabilidade prática para atividades de monitoramento e previsão climática, principalmente na geração de informações que podem ser aplicados em  planejamento e tomada de decisões. “Nas mais diversas atividades econômicas, em particular no setor de agricultura, agropecuária e geração de energia hidroelétrica, que são imprescindíveis para o desenvolvimento das cidades urbanas e rurais situadas na Amazônia”.
Para o meteorologista do Sipam, Renato Senna, o estudo estabelece as áreas que têm maiores correlações que funcionarão como auxílio na previsão climática. As condições do oceano vão definir uma alteração no padrão de chuvas que vai ocorrer nos meses seguintes. “Com essa pesquisa a gente consegue auxiliar o prognóstico climático que vai auxiliar em todas outras atividades diárias das pessoas, por exemplo, se vai chover mais ou menos, pois isso altera também as condições do ambiente de trabalho, transporte como fluvial e aéreo. Isso tem um impacto muito grande na vida da população”, finalizou.

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