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Sexta, 26 Abril 2024

Roraima, Amazonas e Pará disputam desafio de boxe olímpico em Boa Vista

MANAUS - O boxe de Roraima já se consolidou como celeiro de talentos na Região Norte. E para ratificar esta ascensão, os jovens pugilistas do Estado disputam um desafio de boxe olímpico contra atletas do Amazonas e Pará. O evento é neste domingo (1), com dez lutas no ringue da academia América Champion, em Boa Vista.
Boxe do Amazonas participa de evento regional em Roraima. Foto: Michael Dantas/Sejel-AM
Além de contribuir para a integração do boxe regional, o evento também serve como preparação para os roraimenses que disputam o Campeonato Brasileiro Juvenil de Boxe, em Aracaju (SE), de 7 a 15 de novembro. O lucro obtido com o evento também será usado para custear as despesas dos pugilistas roraimenses no Nordeste.
O boxe olímpico em Roraima ganhou força com o trabalho de Ronaldo Silva, comandante da América Champion e organizador do evento. O projeto iniciou há nove anos e agora começa a dar frutos. "Quando eu cheguei em Roraima não tinha boxe competitivo, não tinha medalha nacional. O que tinha era vestígio de boxe. Mas com um planejamento de longo prazo e trabalhando com crianças, nós estamos colhendo os frutos. Hoje nós temos jovens de 20 anos com 50 ou 60 lutas", disse o professor ao Portal Amazônia.
Ronaldo trabalha com 140 garotos em sua academia no bairro São Francisco. Quatro deles estarão no Brasileiro Juvenil: Antônio Prince (52 kg), David Silva (60 kg), Guilherme Brasil (64 kg) e Guilherme Mello (69 kg). Todos estarão no ringue neste fim de semana visando a competição nacional.
Disputar eventos nacionais virou rotina para os pugilistas roraimenses. Também neste ano, o Estado ganhou três medalhas (duas de prata e uma de bronze) no Brasileiro Cadete. Um dos medalhistas é Victor Manuel, de apenas 15 anos, considerado uma das maiores promessas do boxe de Roraima.
Revelador de talentos, Ronaldo crê que a aptidão dos roraimenses para o boxe - e lutas em geral - está no sangue. "No Amazonas e Pará ainda se vê falarem de futebol, mas aqui em Roraima só se fala de luta. Se alguém vier aqui e perguntar quem é o cara do futebol, ninguém vai saber. Mas se perguntarem quem é o cara das lutas eu posso falar vários, como o [Fabiano] Jacarezinho e o Daniel Trindade", afirmou.
Intercâmbio
O evento em Boa Vista terá cinco pugilistas do Amazonas, todos da academia Panteras Negras, do professor Abraão. Outros dois atletas representam o Pará, oriundos de Itaituba, terra natal de Ronaldo Silva. O município inclusive conta com uma filial da América Champion.
O intercâmbio com Amazonas e Pará é apenas uma das ações de Ronaldo para fortalecer o boxe roraimense. Ele também investe na integração com o boxe da Venezuela, vizinho de Roraima e com grande tradição na modalidade. "A gente faz pelo menos três eventos por ano com atletas da Venezuela", disse Ronaldo, que agora promove seu 11º e último evento no ano - média de quase um campeonato por mês.
Ronaldo trabalhou no Amazonas em meados de 2004, na Vila Olímpica de Manaus. Ele lamenta o atual cenário de falta de apoio ao boxe no Estado. "O Amazonas me deixa frustrado por ser uma cidade riquíssima, com talento pra luta, mas o boxe não vinga. Não falta talento, mas sim planejamento e dedicação, como a que o Abraão tem", opinou. Ele também relata que os atletas de Abraão são rejeitados nos eventos da Federação Amazonense de Boxe, o que motivou o convite para os atletas 'barés' viajarem para Roraima.

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