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Sexta, 26 Abril 2024

Operação no MT e GO combate lavagem de dinheiro em obras de ferrovia

Operação no MT e GO combate lavagem de dinheiro em obras de ferrovia
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizam nesta quinta-feira (25) a Operação 'De Volta aos Trilhos', que investiga lavagem de dinheiro de propinas pagas durante a obra da ferrovia Norte-Sul. Há dois mandados de prisão preventiva: um contra Jader Ferreira das Neves, filho do ex-presidente da 'Valec' Juquinha das Neves, estatal responsável pela construção da via, e outro contra o advogado Leandro de Melo Ribeiro. Também devem ser cumpridos sete mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva em Mato Grosso e Goiás. A reportagem do G1 Goiás tenta contato com a defesa de Jader Ferreira das Neves e de Leandro de Melo Ribeiro.
Trilhos da Ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO). Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O MPF alega que Juquinha e Jader "continuaram a lavar dinheiro da propina" mesmo depois de condenados à prisão, "produzindo provas falsas no processo para ludibriar o juízo e assegurar impunidade, além de custearem parte de sua defesa técnica (advogados) com dinheiro de propina".

Neste ano, pai e filho pegaram, respectivamente, dez e sete anos de reclusão, por formarem quadrilha e lavarem de dinheiro nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a Valec. Ambos aguardam o julgamento de seus recursos em liberdade. Segundo o MPF, o advogado é suspeito de ser laranja de Jader e Juquinha, além de auxiliá-los na ocultação do patrimônio.

O MPF informou que também foi pedida a prisão preventiva de Juquinha das Neves, mas a solicitação foi indeferida pela 11ª Vara Federal da Sessão Judiciária de Goiás, que considerou não haver, neste caso, provas suficientes de atualidade criminosa. Apesar disso, o Poder Judiciário determinou a condução coercitiva, quando a pessoa é levada a depor, contra Juquinha.

A operação 'De Volta aos Trilhos' é um desdobramento das investigações da Lava Jato e nova etapa das operações 'O Recebedor' e 'Tabela Periódica'. Conforme os procuradores da República, a ação baseia-se em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina a Juquinha das Neves.

De acordo com o MPF, a ação também é embasada em investigações da Polícia Federal que levaram à identificação e à localização de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).

Assim, os procuradores destacam que um dos principais objetivos da operação é o sequestro e apreensão dos seguintes bens: Apartamento no edifício IT Flamboyant, no Jardim Goiás, em Goiânia; Apartamento em construção no Edifício Residencial Applause-New Home, no Setor Coimbra, em Goiânia; Cinco casas populares localizadas no Condomínio Residencial Pôr do Sol II, na cidade de Bela Vista, Goiás; Aeronave King Air, prefixo PT-WFNAeronave Neiva Seneca III, prefixo PT-VOV; Nota promissória emitida no valor de R$750 mil; Cotas do capital social de Noroeste Imóveis Ltda., bem como dos imóveis registrados em nome dela: loteamento Jardim Noroeste, com quase 300 lotes, em Água Boa (MT); duas glebas de terra nos municípios de Breu Branco e Goianésia do Pará.

O MPF estima que com esses bens tenham sido lavados pelo menos R$ 4,4 milhões provenientes de propina, em valores de 2012. Porém, somente após a avaliação do patrimônio é que se chegará ao seu valor real.

A 'Valec', informou, em nota, que "as irregularidades que motivaram a operação referem-se a períodos em que a empresa era gerida por outra Diretoria. Quando foi deflagrada a operação “O Recebedor”, a atual diretoria da Valec instituiu internamente uma Comissão Especial de Acompanhamento e Apuração com a finalidade de acompanhar fatos investigados e mantém seu compromisso com a probidade, a ética e a transparência no exercício da atividade pública".

Ferrovia Norte-Sul

A Ferrovia Norte-Sul foi inaugurada no dia 22 de maio de 2014, depois de cerca de 25 anos do início das obras. O trecho entre Palmas, no Tocantins, e Anápolis, em Goiás, tem 855 quilômetros de trilhos.

Apesar da inauguração, a primeira viagem só foi feita em dezembro de 2015. Devido à demora da obra, a Valec não soube precisar quanto de dinheiro já havia sido gasto. A estatal estimou, na época, a quantia de US$ 8 milhões. Denúncias de irregularidades marcaram a construção.

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