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Sexta, 26 Abril 2024

Mãe procura polícia no Mato Grosso ao descobrir que filha participava do Baleia Azul

Mãe procura polícia no Mato Grosso ao descobrir que filha participava do Baleia Azul
Caso aconteceu em Sinop. Foto:
Uma mãe procurou a Delegacia da Polícia Civil de Sinop, a 503 km de Cuiabá, no Mato Grosso, após descobrir que a filha, de 15 anos de idade, estava participando do 'Jogo da Baleia Azul'. Um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado na última segunda-feira (24), mas a mãe descobriu o envolvimento da filha no jogo na quinta-feira (20), após averiguar o alerta feito pelo outro filho dela, de 10 anos.

Ao G1 Mato Grosso, a mãe, que pediu para não ser identificada, afirmou que se atentou para a gravidade da situação após conversar com uma amiga, que é advogada e a explicou como os 50 desafios propostos pelo jogo funcionavam e que poderiam culminar na morte da jovem. “Inicialmente, quando meu filho me disse que a viu jogando, eu relevei, porque achei que era uma coisa simples. Mas procurei ajuda após conversar com a minha amiga, que me falou da gravidade do jogo”, disse.

Ela, que tem três filhos, diz que a adolescente sempre foi quieta e tímida e que, nos últimos dias, aparentava estar ansiosa e nervosa. Ao descobrir sobre o jogo, decidiu questionar a filha, que não falou nada. A mãe, então, procurou o Conselho Tutelar. A adolescente foi acompanhada por uma conselheira e revelou, à psicóloga, que já estava na fase 28 do jogo.

De acordo com a mãe, ao verificar o celular da filha, ela se assustou ao encontrar fotos de cortes feitos pela adolescente em seu corpo. “Ela desenhou uma baleia em um dos braços, se cortou com navalha e fundo, ainda saía sangue. E, pelo que foi dito pela psicóloga, ela já estava na fase de não falar com ninguém, afirmou que [quem passava as tarefas] ameaçava matar a família dela se ela não cumprisse”, disse.

Segundo a mãe, a filha agora passa por tratamento psicológico e aparenta estar mais tranquila. O celular da adolescente foi entregue às autoridades e a família disse que aguarda a intimação da polícia para prestar depoimento sobre o caso. A mãe disse que não sabe a forma ou a razão pela qual a filha decidiu participar do jogo e disse que, agora, alerta aos outros pais para notarem qualquer comportamento estranho nos filhos.

“É preciso ficar atento, porque eles [os filhos] começam a ficar acordados até amanhecer, dormem de dia, ficam sempre no smartphone. Tem que ver também o que eles postam nas redes sociais. As pessoas [que propõem o jogo] sabem quem escolher. A minha filha não é 'descolada', sempre foi bem calada, tímida, e entrou nisso”, afirmou.

Casos no Estado

Na última semana, a polícia já havia identificado ao menos 11 adolescentes que participavam do jogo em Mato Grosso, durante um trabalho de conscientização de pais e alunos em escolas de municípios vizinhos de Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, onde uma adolescente de 16 anos morreu, supostamente cumprindo um dos desafios do jogo. Os participantes identificados têm entre 16 e 18 anos e, de acordo com a polícia, procuraram ajuda após as palestras.

Em Vila Rica, a Polícia Civil investiga a morte da adolescente de 16 anos, cujo corpo foi encontrado em uma lagoa na cidade. Ela sumiu na madrugada do dia 11 deste mês e o corpo foi encontrado na tarde do mesmo dia. A mãe da adolescente relatou informalmente à polícia que a filha teria apresentado cortes nos braços há cerca de dois meses.

Investigação da PF

Nesta quarta-feira (26), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou que a Polícia Federal (PF) investigue os 50 desafios que ficaram conhecidos como o 'Jogo da Baleia Azul'. Os desafios do suposto jogo envolvem isolamento social, automutilação e incentivo ao suicídio de adolescentes e jovens. Instigar ou induzir ao suicídio é considerado crime pelo artigo 122 do Código Penal.

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