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Sexta, 26 Abril 2024

Indústria demite mais de 25 mil em Manaus

MANAUS - No período entre janeiro e outubro deste ano o Sindmetal-AM (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas) homologou 25,7 mil demissões. Em comparação aos dez meses de 2014 houve um crescimento de 7,63%, quando os desligamentos no Polo Industrial de Manaus (PIM) atingiram o índice de 23,9 mil. Conforme o sindicato, os polos eletroeletrônico e de duas rodas lideram as ocorrências de demissões. Para os empresários, o resultado é decorrente do fator crise econômica e os números podem ser bem mais expressivos.No acumulado dos dez primeiros meses de 2015 o período em que houve maior registro de rescisões contratuais foi no mês de maio, quando 3,5 mil trabalhadores deixaram seus postos de trabalho. Porém, esse número foi inferior ao registrado pelo sindicato no mesmo período de 2014, ocasião em que houve 4 mil desligamentos.Dados dos Indicadores de Desempenho da Suframa mostram que de janeiro a julho deste ano a ocupação da mão de obra do PIM contava com a atuação de 101.593 trabalhadores. Enquanto nos primeiros sete meses de 2014 o polo contava com 119.891 colaboradores. Houve uma redução de 18.298 pessoas.Na avaliação do vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, devido o Sindmetal registrar apenasas rescisões contratuais que tiveram duração por período igual ou superior a 12 meses, há uma previsão de que o índice de demissões tenha atingido o número de 28 mil pessoas, somente neste ano. Ele afirma que todos os segmentos industriais e comerciais têm sido atingidos pela retração econômica nacional.“É uma situação generalizada,um efeito da crise. Até mesmo os segmentos de bebidas e alimentos apresentam índices negativos, conforme os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta nos juros, na inflação e no desemprego reflete no consumo”, disse. “Outra situação é que boa parte das empresas, principalmente do polo de duas rodas, reduziu a carga de trabalho para quatro dias semanais”, completou. Azevedo ainda disse que devido à redução no consumo e os estoques abastecidos nas áreas fabris, as fabricantes adiantaram o período das férias coletivas, que anualmente aconteciam na última quinzena do ano. Conforme o Sindmetal, as empresas Dafra Motos, Harley-Davidson e Sony da Amazônia, comunicaram a ocorrência de férias coletivas para o mês de novembro, com média de 30 dias de vigência.Para o presidente da Fieam, os resultados econômicos obtidos pelo PIM nos dez meses de 2015 frustraram as expectativas empresariais. “Esperávamos melhores resultados porque tivemos grandes eventos que poderiam gerar faturamento industrial como a Copa das Confederações, em 2013; logo após, a Copa do Mundo, em 2014. Agora, sabemos que as Olimpíadas de 2016 não vão gerar incremento econômico porque o ambiente econômico é ruim. Não contamos com o próximo ano”, avaliou.O presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Componentes da Amazônia), Cristóvão Marques, afirmou que boa parte das montadoras de componentes estão com as linhas de produção paradas e por isso, estão em férias coletivas. “O cenário é ruim. Se não há pedidos, o segmento de componentes também é prejudicado, em cadeia. Não temos boas expectativas”, disse. “Não é só as indústrias do PIM que estão em dificuldades. Na sexta-feira (6) uma fabricante de cimento dispensou mais de 60 funcionários por falta de pedidos”, completou.

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