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Quarta, 08 Mai 2024

Quito: capital equatoriana foi construída sobre as ruínas de cidade inca

Quito, capital do Equador, foi fundada no século XVI sobre as ruínas de uma cidade inca e apesar do terremoto de 1917, a cidade tem o centro histórico mais bem preservado e menos alterado da América Latina. Os mosteiros de San Francisco e Santo Domingo e a Igreja e Colégio Jesuíta de La Compañía, com seus ricos interiores são exemplos puros da 'escola barroca de Quito', que é uma fusão de espanhol, italiano, mourisco, flamenco e arte indígena arte.

Isolado nos Andes a 2.818 metros de altitude, a capital de um dos países que fazem parte da Amazônia Internacional, estende-se ao longo das encostas do vulcão Pichincha e faz fronteira com as colinas de Panecillo e Ichimbia. Foi fundada pelos espanhóis em 1534 e possui um dos mais extensos e bem preservados centros históricos da América espanhola.

Isolado nos Andes a 2.818 m. altitude, a cidade de Quito se estende ao longo das encostas do vulcão Pichincha. Foto: Reprodução/UNESCO

A cidade oferece um notável exemplo da escola barroca de Quito (Escuela Quitena), que reúne as tradições artísticas indígenas e europeias e que se destaca por dar a maior contribuição da América espanhola à arte universal. O apogeu desta arte é representado por cidadelas espirituais, entre as quais se destacam San Francisco, San Domingo, San Augustin, La Compana, La Merced, o Santuário de Guapulco e a Recoleta de San Diego. São reconhecidas não só pelo seu valor artístico do ponto de vista arquitetônico, mas também pelos seus elementos decorativos (retábulos, pinturas, esculturas).

A cidade de Quito forma um conjunto harmonioso onde a natureza e o ser humano se unem. Os colonizadores souberam adaptar a sua sensibilidade artística à realidade que os rodeava, construindo a sua arquitetura em um ambiente topográfico muito complexo. Apesar disso, os arquitetos conseguiram conferir uma harmonia estilística e volumétrica ao conjunto. 

Os percursos urbanos são baseados no plano original e incluem praças centrais e secundárias, bem como ruas quadriculadas e alinhadas nos pontos cardeais da bússola. No centro da cidade encontram-se conventos e igrejas, mas também casas (de 1 ou 2 pisos com um ou vários pátios), geralmente construídas em tijolos de barro e revestidas a estuque, conjugando o monumental com o simples e austero.

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A cidade também é considerada um berço das culturas pré-colombianas e testemunha da colonização espanhola. Elevada ao título de capital da Audiência de Quito, assumiu a direção política e o controle patronal sobre as vilas e povos. Esta é a representação máxima da etapa de formação do desenvolvimento socioeconômico.

Integridade

A maioria dos atributos sobre os quais se baseia o Valor Universal Excepcional da Cidade de Quito está presente e intacta. O Centro Histórico de Quito, por exemplo, conservou sua configuração original, e novas construções forma elaboradas fora do centro colonial. Com base na primeira planta de Quito, desenhada em 1734 por Dionisio Alcedo y Herrera, nota-se que a planta original das ruas, dos quarteirões e das praças – com raras exceções – é a mesma que pode ser vista hoje.

E apesar dos numerosos terremotos que a afetaram ao longo da história, a cidade conserva o centro histórico menos modificado de toda a América Latina, graças à ação conjunta das autoridades municipais do Distrito Metropolitano de Quito e do governo equatoriano.

Foto: Reprodução/UNESCO

Autenticidade 

Em geral, o plano urbano e sua integração na paisagem podem ser considerados como inteiramente autênticos porque a forma genérica original permaneceu inalterada e a Plaza Mayor (Praça Principal) se desenvolveu organicamente com pouquíssimas mudanças desde a construção sobre as ruínas incas.

A cidade presa pela preservação dos ofícios tradicionais, saberes ancestrais e a utilização de materiais locais (pedra, cal, barro e madeira), que unidos permitem manter as características arquitetônicas e dos seus elementos decorativos ancestrais.

Foto: Reprodução/UNESCO

Requisitos de proteção e gerenciamento 

Há muita preocupação das autoridades locais em relação à proteção da cidade por conta de suas características históricas. No domínio jurídico, os aspectos relativos à proteção e salvaguarda do patrimônio cultural são contemplados na Constituição do Estado, na Lei e Regulamento do Patrimônio Cultural, no Código de Ordenamento, Autonomia e Descentralização Territorial (COTAD) e na Lei da Cultura que aguarda aprovação. 

O Instituto Nacional do Patrimônio Cultural (INPC) delega nos governos locais competências como a proteção e salvaguarda do patrimônio cultural, reservando-se o direito de controle. 

As medidas desenvolvidas para contrabalançar as ameaças e riscos que afetam o local (terremotos, erupções vulcânicas, problemas de estacionamento e tráfego na zona histórica, etc.) estão contempladas no Plano de Desenvolvimento Urbano Territorial e no Plano Especial para o Centro Histórico de Quito. 

O Programa de Drenagem Ambiental visa mitigar deslizamentos de terra e controlar a erosão causada pelas águas pluviais, principalmente no inverno. A revisão e aplicação do sistema coletor do centro histórico diminuiu os riscos causados por uma erupção do vulcão Pichincha e o transbordamento das fontes de água existentes. 

A importância de medidas de controle como essas são estratégicas para manter a história viva, a conservação e também para a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes.

*Este texto foi originalmente publicado pela UNESCOdescrição está disponível sob licença CC-BY-SA IGO 3.0.

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