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Quarta, 08 Mai 2024

Pregoeiros: personagens históricos das ruas de São Luís

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Foto: Reprodução/Prefeitura de São Luís

Pelas ruas de São Luís (MA) há uma figura particular característica: o pregoeiro. Eles são um tipo de vendedores ambulantes que comercializam alimentos e utensílios do dia a dia, mas sua principal atratividade é a forma de vender: cantando rimas e bordões inusitados. 

Eles são figuras típicas desde o período colonial, por isso são importantes na cultura maranhense. A venda era de frutas a itens de cozinha, de doces e salgados a tudo que fosse necessário no cotidiano. Cestas de palha, grandes latas reaproveitadas, tabuleiros e carrinhos de mão eram as formas mais comuns de transporte dos produtos. 

De acordo com Marize Barros Rocha Aranha, em sua tese de doutorado 'Do pregoeiro ao camelô: a construção dos gêneros pregão tradicional e pregão pós-moderno' (2010), "um dos significados dados ao verbete 'pregão', que vem do latim 'praecono', segundo Ferreira (1999) - Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa - é "voz ou pequena melodia, de ritmo livre, bastante próxima do recitativo musical, e com a qual os vendedores ambulantes anunciam suas mercadorias". Ou seja, de modo popular, os pregões são anúncios cantados, em voz alta, pelas ruas.

Foto: Reprodução/Prefeitura de São Luís

Os pregoeiros tradicionais, atualmente, existem em menor quantidade, mas por sua representatividade até ganharam estátuas na Praça Nauro Machado, no Centro Histórico. Um deles é o sorveteiro e o outro uma vendedora de pirulitos, ambos criados pelo artista Eduardo Sereno, em zirconita

A estátua do sorveteiro é inspirada no pregoeiro Antônio José Coelho, conhecido como 'Bem-te-vi', que há pelo menos 40 anos trabalha como pregoeiro e é reconhecido com um dos personagens mais ilustres do Centro Histórico de São Luís.

À época da inauguração das estátuas, em setembro de 2022, Antônio contou que gostava "muito de fazer esse serviço, de conhecer e falar com muitas pessoas, não me vejo fazendo outra coisa, tenho orgulho desse ofício".

A estátua da vendedora de pirulitos é em homenagem a Dona Corina, outra personagem que exerceu o ofício por mais de 40 anos e referência na capital maranhense e tinha um bordão marcante: 

"Olha o pirulito, enrolado no papel e enfiado no Palito. Quem come fica bonito".

Dona Corina
"Já não vendo mais os pirulitos, mas ainda faço os doces para minha neta vender. Essa homenagem está muito bonita e me deixou muito feliz", disse dona Corina.

Referências

ARANHA, Marize Barros Rocha. Do pregoeiro ao camelô: a construção dos gêneros pregão tradicional e pregão pós-moderno. 2010. 219 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2010. 

Prefeitura de São Luís

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