Especialistas explicam por que o Pirarucu se tornou um peixe invasor em rio de Rondônia

O Pirarucu do Vale do Guaporé é considerado um peixe invasor e ameaça a fauna aquática nativa daquela região

O pirarucu, maior peixe de escamas de água doce do mundo, há anos, se tornou um problema em um rio de Rondônia. De acordo com especialistas, o Pirarucu do Vale do Guaporé é considerado um peixe invasor e ameaça a fauna aquática nativa.

Para evitar que essa espécie impacte negativamente a fauna do rio, órgãos de defesa e fiscalização, com o apoio de extrativistas, deram início a mais uma edição do plano de manejo de controle do pirarucu.

O pirarucu é considerado o maior peixe de escamas de água doce do mundo – Foto: Smithsonian

Entre os dias 25 de agosto e 4 de setembro, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), junto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e mais de 10 moradores extrativistas, realizaram a contagem da espécie dentro Reserva Extrativista (Resex) rio Cautário, em Costa Marques (RO).

Segundo o órgão, o objetivo da contagem é confirmar a redução da quantidade dessa espécie invasora e dar um diagnóstico de ocorrência, além de permitir fazer um censo populacional estimando onde há maior concentração dos animais.

De acordo com a Sedam, durante a ação, mais de 50 estações, entre baías, poços e o leito do rio, foram monitorados. Os resultados parciais indicam que, quando comparado ao levantamento feito em 2022, houve uma redução de aproximadamente 6% na quantidade de pirarucus da Resex.

Liberação da pesca 

Estudos dentro da Resex rio Cautário permitiram que, em 2019, a Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) aprovasse uma instrução normativa que liberasse a pesca do pirarucu onde a espécie é considerada invasora.

De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Carolina Dória, foi um longo trabalho dos pesquisadores para que as autoridades entendessem a importância de erradicar a espécie do rio onde ele é protegido por ele.

“Por ser um predador de topo, [o pirarucu] compete por alimentos e ainda come os predadores nativos. Por isso, a espécie causa tanto impacto no ambiente. Nossa sugestão era que a pesca desse peixe fosse liberada no trecho do rio Madeira acima da hidrelétrica, já que na parte jusante ele é nativo e a pesca é proibida”, explica Carolina.

Foto: TV TEM/Reprodução

Plano de manejo 

Além da mudança na legislação, um plano de manejo da espécie foi implementado. De acordo com a Sedam, o objetivo é fazer o controle desses peixes na Resex, onde ele é considerado invasor e é um risco ambiental, sendo predador de diversas espécies nativas.

A intenção do plano é preservar a biota nativa e buscar o potencial de comércio do Pirarucu para os moradores da Resex.  

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pesquisadora descobre novo papel do peixe-boi: o de “jardineiro da Amazônia”

Peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis). Foto: André Dib Localizado próximo ao encontro dos rios Solimões e Japurá, o Lago Amanã (que significa...

Leia também

Publicidade