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Sábado, 20 Abril 2024

Março Lilás quer ampliar a consciência e o combate ao câncer de colo uterino

Para conscientizar as mulheres sobre os riscos do câncer do colo do útero e alertar para a importância do diagnóstico precoce, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) lançou nesta quinta-feira a campanha "Março Lilás". Em função da pandemia, a solenidade de lançamento ocorreu por webconferência transmitida pelo canal do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA) no Youtube.

Com o tema "Autocuidado: todos juntos na prevenção do câncer", a campanha visa a intensificar orientações às Secretarias Municipais de Saúde para que façam a busca ativa das mulheres que nunca fizeram o exame preventivo, o PCCU, ou que estão há três anos sem fazê-lo; a ampliação da oferta do PCCU; e a melhoria na qualidade do exame citopatológico.

"Enquanto Estado, é nosso dever intensificarmos o alerta para os sinais e sintomas que devem direcionar a mulher a buscar atendimento na rede de atenção à Saúde no SUS. Estamos à disposição para apoiar as secretarias municipais de Saúde nesse sentido. Além do mais, as webconferências foram disponibilizadas para serem disseminadas entre os internautas", destacou o secretário adjunto de Gestão Administrativa da Sespa, Ariel Sampaio, na abertura da solenidade.


Foto: Divulgação

O câncer de colo uterino se desenvolve lentamente, portanto prevenível, explicou a coordenadora de Atenção Oncológica da Sespa, Patrícia Martins. "Quando ele já está instalado, dá sinas de alerta como sangramentos, dores pélvicas e sangramentos na relação sexual. Por isso se reveste de grande importância se reforçar nesse mês essa prevenção pelo alto índice de mortes'', observa.

Segundo Patrícia Martins, a campanha se justifica porque, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a região Norte se destaca no cenário nacional por ser a única onde o câncer uterino é o mais incidente e é a maior causa de morte por câncer entre as mulheres, superando o câncer de mama, que é o maior do país.

Em 2019 foram diagnosticados 657 novos casos de câncer de colo de útero no Pará. Em 2020 foram registrados 201 casos da doença, sendo que deve ser considerada a subnotificação causada pela pandemia da Covid-19.

As faixas etárias que têm registrado maior número de casos são as que estão entre 40 a 49 anos (28%) e 30 a 39 anos (21%), no período entre 2016 e 2020. O câncer do colo de útero ainda é o mais recorrente entre as mulheres paraenses, seguido pelo câncer de mama. Para este ano, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que ocorram 720 novos casos desse tipo de câncer no Pará.

Em relação à mortalidade, nos últimos quatro anos foi registrada uma média de 300 óbitos ao ano, com exceção de 2020, com 75 mortes, possivelmente explicada pela subnotificação devido à pandemia da Covid-19. Para este ano, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que ocorram 720 novos casos desse tipo de câncer no Pará.

Patrícia Martins enfatizou que o exame preventivo é a principal estratégia para detectar lesões precursoras do câncer e fazer o diagnóstico da doença e sua realização periódica permite reduzir a morbimortalidade pela doença.

"O exame pode ser feito em unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados para isso, já que o material só pode ser colhido por um profissional enfermeiro", observou a coordenadora de Atenção Oncológica da Sespa.

Ela ressaltou, ainda, a importância de elevar a cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) no Estado, uma vez que o câncer do colo de útero é causado pela infecção persistente de alguns tipos desse vírus chamados oncogênicos.

Segundo a Coordenação Estadual de Imunizações, no Pará, em 2020, a média de cobertura total de ambos os sexos não ultrapassou os 50% e o ideal é que esse percentual ultrapasse os 80% ao ano. A vacina está disponível nas unidades de saúde para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Fluxo de atendimento

No Pará, os serviços para a pessoa se prevenir do câncer obedecem a um fluxo de atendimento que se inicia na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na UBS, um médico clínico generalista, diante de um diagnóstico suspeito, pode encaminhar o paciente ao centro de referência adequado para a definição de quadro clínico, mediante realização de exames e biópsias.

Caso o diagnóstico indique tratamento oncológico, o paciente pode ser encaminhado para um dos cinco hospitais públicos de alta complexidade e referência em câncer disponíveis no Pará, como o Ophir Loyola, o Oncológico Infantil Octávio Lobo e Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém; o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e a Unacon do Hospital Regional de Tucuruí.

Programação

A solenidade de abertura está disponível, aqui. A Sespa comunica, ainda, que as webconferências alusivas à campanha continuam no dia 17, a partir das 8h30, com os seguintes temas: "Prevenção, Diagnóstico e Tratamento Precoce do Câncer de Colo de Útero"; "Diretrizes do Rastreamento e Protolocos do Câncer de Colo de Útero/ INCA"; "Qualidade do Exames Citopatológicos do Colo do Útero" e "Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) e seguimento". No dia 24, às 9h, a temática será "Serviços de referência de diagnóstico e tratamento precoce do câncer de colo do útero e mama".

O secretário de Saúde do Pará, Romulo Rodovalho, destaca a importância das webconferências inseridas nas abordagens preventivas no enfrentamento à doença. "Ao ser bem orientada, a população como um todo colabora para a prevenção e contribui para que o diagnóstico seja feito rapidamente, evitando a morte de tantas mulheres. Nesse sentido, o público e as equipes técnicas das secretarias municipais de Saúde serão estimulados a participar para esclarecer dúvidas, pedir orientações e conhecer mais sobre os sintomas e o tratamento dessa forma de câncer", frisou. 

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