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Sexta, 19 Abril 2024

Na Amazônia, macacos usam 'ferramentas' para se alimentar


Registro de macaco-prego sobre ninho de jacaré-açu na Reserva Mamirauá. Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá
MANAUS
– Imagens inéditas, captadas no município de Tefé (a 523 quilômetros da capital), no Amazonas, mostram dois macacos-prego predando ninhos de jacarés usando gravetos como ferramentas. A revelação foi feita durante o 16º Congresso Brasileiro de Primatologia que acontece em Manaus, até o dia 13 de novembro. Na Amazônia, os ovos destes répteis fazem parte da dieta de onças, lagartos, homem e macacos.Segundo pesquisadores, muitos estudos descreveram o uso de ferramentas por macacos-prego. No entanto, a maior parte dos registros são de espécies que ocorrem em ambientes abertos, como o cerrado e a caatinga. O trabalho apresentado no evento de primatologia, mostra o primeiro registro de uso de ferramenta por Sapajus macrocephalus de vida livre, em uma floresta de várzea, na Amazônia Central.Registro de macaco-prego após pegar um ovo de jacaré-açu de dentro do ninho na Reserva Mamirauá. Foto: Divulgação/Instituto MamirauáAs fêmeas de jacaré-açu constroem seus ninhos em forma de montes compactos de folhas e gravetos, medindo cerca de 70 centímetros (cm) de altura e 1,5 metro (m) de diâmetro. Durante a predação, a abertura do ninho é a primeira etapa para acessar os ovos.Entre outubro e dezembro de 2014, foram monitorados 63 ninhos de jacaré-açu na Reserva Mamirauá, na região do médio rio Solimões, no interior do estado. Um único registro de uso de ferramenta foi observado durante um evento de predação, realizado por dois macacos, em outubro. Na ocasião, 18 minutos após ter chegado ao ninho, um macho adulto utilizou um graveto para abrir o ninho. Feito isso, os macacos retiraram os ovos e saíram da cena monitorada."O registro do uso de ferramentas por macacos-prego na abertura de ninho de jacaré-açu na Amazônia é inédito na literatura. Isso sugere que macacos-prego de vida livre que ocorrem em habitats fechados, tal como os da floresta Amazônica, também possuem capacidade cognitiva para resolver problemas durante a busca por alimentos", afirmou a pesquisadora associada do Instituto Mamirauá e uma das autoras do estudo, Kelly Torralvo.O registro foi possível por meio do uso de armadilhas fotográficas instaladas em pontos da área da reserva, para monitoramento dos ninhos e identificação dos predadores.

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