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Quinta, 18 Abril 2024

Jovens Munduruku produzem filmes sobre seu dia-a-dia e suas pautas

Jovens Munduruku produzem filmes sobre seu dia-a-dia e suas pautas
Foto: Divulgação/Greenpeace
Realizar os próprios filmes, com o próprio olhar. Este é o esforço que o povo Munduruku vem fazendo para aprender a filmar e colocar em pauta as questões que julga mais importantes. Em fevereiro, 10 jovens de 4 diferentes aldeias do Médio Tapajós participaram de uma oficina de vídeo para compreender noções de luz, enquadramento e som, além de técnicas de entrevista e narrativa.

A oficina foi fruto de uma demanda apresentada pela Associação Indígena Pariri e do compromisso do Greenpeace em fortalecer a luta dos Munduruku contra o licenciamento e a construção de hidrelétricas na bacia do rio Tapajós. Ela aconteceu na aldeia Sawré Muybu, com exercícios realizados a partir de temas que os próprios alunos achavam importantes. “Nós estamos lutando pela demarcação da terra e para mim foi muito bom porque, agora que aprendi, eu mesma vou poder publicar nossos vídeos, e levar meu conhecimento para pessoas de outras aldeias também”, disse Marunha Kirixi Munduruku, uma das jovens que fez parte do curso.

Hidrelétricas

Os Munduruku exigem a demarcação de seu território e lutam contra a construção de hidrelétricas no rio Tapajós, onde vivem. Somente na bacia deste rio, há mais de 40 barragens planejadas ou em andamento que podem destruir a fauna e a flora da região, além de afetar seriamente a vida de povos indígenas e ribeirinhos. “A oficina fechou mais um ciclo do esforço permanente dos Munduruku para registrar em vídeo suas perspectivas a respeito do mundo que os cerca, e, sobretudo, denunciar as principais ameaças ao seu modo de vida, a exemplo dos projetos hidrelétricos planejados para a bacia do Tapajós”, afirma Danicley de Aguiar, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.

A necessidade de fazer os próprios vídeos surgiu, segundo as jovens Munduruku, no processo de autodemarcação realizado pelo povo a partir de 2014. Naquele momento, eles sentiram a necessidade de registrar a autodemarcação sem depender da presença de jornalistas no local. “Nós vamos continuar fazendo vídeo para mostrar para a sociedade que não conhece a realidade da luta do povo Munduruku”, disse Gleicy Korap Munduruku.

Veja o vídeo realizado pelo Coletivo de Audiovisual Munduruku:

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