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Sábado, 20 Abril 2024

Zona Franca de Manaus aposta na 'importação' da cultura organizacional



MANAUS
- Japão, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Itália e muitos outros países estão representados por gigantes multinacionais entre as mais de 500 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Com uma vocação natural de receber imigrantes destes locais que, na maioria das vezes, são peça fundamentais para a implantação não só dos processos produtivos de cada fábrica, mas também de toda cultura organizacional das empresas que aqui chegam, o Polo Industrial de Manaus também se beneficia do grande número de lideranças estrangeiras que desembarcam todos os anos em busca de oportunidades.Um dos principais representantes da indústria local, o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam) Wilson Périco, por exemplo, apesar de não ter nascido em terras amazonenses, é um dos mais ferrenhos defensores do modelo Zona Franca de Manaus. Nascido no interior do Estado de São Paulo, Périco chegou no Amazonas há 22 anos, convidado para implantar a fábrica de informática da Philco Itautec em Manaus.
Para ele, o Polo Industrial de Manaus tem a característica de absorver e acolher harmoniosamente uma grande diversidade de culturas e de pessoas vindas de todas as partes do mundo mais do que outros Estados, principalmente por conta da atividade industrial que se traz ao Polo Industrial de Manaus. “A expertise de algumas pessoas para auxiliar no início e na implantação das novas fábricas é muito importante no mundo de hoje. É difícil fazer um investimento e dispensar um grande período de tempo para fazer o treinamento e, então só depois, gerar lucro. Por isso algumas empresas enviam para cá pessoas que já possuem um conhecimento prévio do negócio”, conclui.
Intercâmbio promove liderança
Contudo, na avaliação de Périco, não são só as empresas que saem ganhando com este inevitável intercâmbio de culturas. Segundo ele, se antes os cargos de chefia eram destinados somente aos imigrantes do país de origem das empresas, hoje as mesmas investem muito na qualificação e já é possível ver muitas pessoas da nossa região em cargos de chefia e liderança dentro das fábricas. “Notamos que todas as pessoas que vieram de fora do Estado, como é o meu caso, já estão trabalhando no preparo das novas lideranças. É uma troca que faz parte do processo de transição dentro de uma cultura que já existe em outras regiões do país e do mundo, quando se resolve implantar em um local onde essa cultura ainda não existe. Lá na minha fábrica temos oito diretores e só dois não são do Amazonas. Já temos um número muito grande de pessoas da nossa região que conseguiram buscar essa qualificação e essa capacitação e tem hoje capacidade deexercer –e exercer com galhardia –as funções de liderança”, avalia.
Troca de cultura é benéfico
A maior empresa do PIM, a japonesa Moto Honda da Amazônia completa, no ano que vem, 40 anos em Manaus. O gerente de comunicação da multinacional, Mário Okubo, lembra das dificuldades iniciais motivadas principalmente pelo choque cultural entre os diretores nipônicos e funcionários amazonenses. “A Moto Honda, quando iniciou, teve realmente uma grande dificuldade em relação à cultura, já que somos uma multinacional japonesa. Mas tivemos que nosadaptar  à região e ao povo da região”.
Apesar das diferenças culturais e, confirmando os benefícios que a troca cultural pode trazer às corporações, Okubo, que também é descendentes de japoneses, afirma que hoje o quadro de diretores da empresa está bem dividido entre os imigrantes japoneses e amazonenses formados na própria empresa. “Ano que vem completamos 40 anos em Manaus e hoje estamos tão integrados que já temos a formação de diretores amazonenses e outros brasileiros. Hoje, a diretoria da Moto Honda é 50% local e 50% de imigrantes japoneses”, revela.

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