Economia criativa em ascensão no Amazonas

Segundo Aranha, todas as atividades que decorrem de eventos ou do turismo, que têm como ponto inicial a criatividade somada à tecnologia podem ser consideradas como um segmento econômico criativo. Ele exemplifica os festivais musicais e o carnaval como meios de geração de renda nos quais o empreendedor necessita utilizar o conhecimento para trabalhar. “A economia criativa não se esgota. Podemos falar do petróleo, por exemplo, que é algo que pode acabar em algum momento. Mas, esse tipo de economia é inesgotável porque é baseada no raciocínio, na criatividade e no conhecimento. Há uma tendência crescente do avanço da automatização e robotização dos maquinários e como o homem vai concorrer? Em qual espaço? Só poderá concorrer por meio de sua criatividade”, explicou.
Criatividade no DNA da geração Y
Conforme o vice-presidente, o perfil de quem atua na economia criativa, hoje, delineia o jovem midiático que demonstra interesse pelos diversos meios de comunicação e ferramentas tecnológicas. “É uma tendência que está no DNA de boa parte da juventude. É a geração Y. O designer e a comunicação estão cada vez mais juntos à informática e isso gera a força da economia criativa a partir de criação de games”. Para Aranha, o Amazonas ainda deixa a desejar quanto ao fomento às iniciativas que unem cultura e tecnologia, as startups. Ele afirma que o Estado é reconhecido nacionalmente como um forte incentivador ao desenvolvimento de projetos voltados à biotecnologia. “É necessário unir a raiz cultural à tecnologia. É preciso ter incubadoras que estimulem essas startups. O jovem precisa de ambiente propício para desenvolver as atividades, caso contrário, ele precisará sair do Estado em busca de lugares que o permitam elaborar seus trabalhos. Logo, o Estado perde o capital intelectual e competitividade”, disse.Cenário mundialO Relatório de Economia Criativa 2013 informa que o comércio mundial de bens e serviços criativos totalizaram um recorde de US$ 624 bilhões em 2011 e mais do que duplicou entre 2002 e 2011. Além disso, nesse mesmo período, as exportações de produtos do segmento registraram aumento médio anual de 12,1% nos países em desenvolvimento.Outro dado da publicação mostra que a contribuição de atividades culturais privadas e formais representa, em média, 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 40 países pesquisados pela Unesco. Como exemplo, são citados países como Bósnia e Herzegovina, com contribuição da indústria criativa em 5,7% do PIB, Equador (5%), Argentina (3,5%) e Colômbia (3,4%).
Além dos benefícios econômicos, a economia criativa também contribui significativamente para o desenvolvimento social. Seu potencial para gerar bem-estar, autoestima e qualidade de vida em indivíduos e comunidades, por meio de atividades prazerosas e representativas das características de cada localidade, estimula o crescimento inclusivo e sustentável, defende a publicação.
Cenário nacional
No Brasil, a contribuição dos segmentos criativos foi de 2,7% do PIB em 2011, segundo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro(Firjan), em 2012. A instituição tomou como base a massa salarial gerada por empresas da indústria criativa naquele ano. O resultado coloca o Brasil entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido para que o país alcance o patamar do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos, onde a economia criativa é bastante expressiva.
O estudo da Firjan aponta ainda que o mercado formal de trabalho do setor é composto por 810 mil profissionais, o que representa 1,7% do total de trabalhadores brasileiros. O segmento que mais emprega mão de obra é o de Arquitetura e Engenharia, com 230 mil trabalhadores, seguidos de Publicidade e Design, que emprega 100 mil profissionais cada. A cadeia da moda também aparece em destaque no estudo, tendo em vista que responde por quase 30% da cadeia da indústria criativa, com 620 mil estabelecimentos no país. Devido ao potencial de crescimento da economia criativa no Brasil, foi implantada em 2011 a Secretaria da Economia Criativa sob o comando do Ministério da Cultura. Sua missão é conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micros e pequenos empreendimentos criativos brasileiros.
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