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Quinta, 18 Abril 2024

Construção civil do Amazonas contrata mais 2,5 mil trabalhadores



MANAUS
- Ao contrário dos demais setores da indústria do Amazonas, o segmento da construção civil conseguiu ‘driblar’ as dificuldades decorrentes da crise econômica nacional registrando um índice de contratação de mão de obra superior ao de desligamentos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial do Estado do Amazonas (Sintracomec-AM), no período entre junho e agosto deste ano cerca de 2,5 mil trabalhadores foram contratados. Enquanto de janeiro a outubro o quantitativo de demissões foi inferior a 1,5 mil. Os números surpreenderam aos representantes.O presidente do Sintracomec-AM, Cícero Custódio, afirma que ficou admirado com os resultados registrados durante o ano. Custódio acreditava que o setor seria fortemente afetado em decorrência da fragilidade da conjuntura econômica nacional que logo atinge ao Amazonas. Para o representante, a abertura de novos postos de trabalho foi ocasionada pela necessidade da conclusão de obras que foram paralisadas em 2014, época em que o país começou a sentir os primeiros reflexos da desaceleração econômica. “No último ano houve uma redução no ritmo das construções, mas em 2015 as construtoras retomaram os trabalhos porque precisavam entregar os empreendimentos, caso contrário seriam penalizados com o pagamento de multas. Foi neste período que ocorreram as contratações. Entre junho e agosto de 2015 o setor admitiu cerca de 2,5 mil operários”, afirma. Custódio relata que em 2014 houve um crescimento de 7% no volume de desligamentos em relação a 2013. No último ano aproximadamente 5 mil trabalhadores foram dispensados das atividades. “E neste ano, até o mês de outubro não chegamos a 1,5 mil demissões”, comemora. Na avaliação do presidente outro fator contribuinte para a manutenção do setor é a alternativa que o trabalhador tem de prestar serviços a empresas de menor porte ou às residências.
Segundo o representante, no último mês houve um crescimento na empregabilidade relativa aos serviços particulares, um efeito sazonal decorrente da proximidade das festas de final de ano. “Hoje, o trabalhador que é demitido logo é contratado por empresas de pequeno porte ou ainda para executar trabalhos avulso. No final do ano as pessoas costumam reformar as casas, as instalações elétricas e demais itens que envolvem a construção. Há demanda para reforma de galpões, apartamentos, empresas, entre outros”, explica. O Sintracomec-AM conta com aproximadamente 140 mil trabalhadores sindicalizados.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), eleito ontem como o novo presidente do sindicato para a próxima gestão, Frank Souza, o mercado retoma o ritmo das obras do setor imobiliário lentamente. Ele considera que hoje o segmento da construção civil está equilibrado e passa por um amadurecimento a partir de lançamentos de empreendimentos horizontais (que são as construções de casas em condomínios), e verticais (os prédios).
Souza destaca que o setor de obras públicas está tímido e que o segmento está sendo impulsionado pela demanda crescente por empreendimentos comercializados nas proximidades do município de Iranduba (distante 22 quilômetros de Manaus). “Houve um efeito cascata que afetou as obras. Se as vendas recuam não há aporte para dar continuidade às obras, daí a paralisação. Mas, o mercado está retomando o ritmo lentamente. Vemos que os empreendimentos comercializados na região após a ponte Rio Negro representaram no último ano em torno de 7% do faturamento do setor”, avalia.
Conforme o vice-presidente, a expectativa é de que 2016 seja um ano tímido, de observação e cautela quanto aos investimentos. “Esperamos que o governo volte a investir em obras públicas. Os lançamentos devem continuar existindo e o mercado deve continuar equilibrado”, disse.

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