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Terça, 23 Abril 2024

La Niña aumenta intensidade das chuvas no Pará

La Niña aumenta intensidade das chuvas no Pará
O fenômeno La Niña (mesmo com curta duração) e as condições favoráveis no Oceano Atlântico devem manter o Pará no cenário de chuvas intensas e constantes nos meses de janeiro, fevereiro e março. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), e consta do monitoramento das condições atmosféricas no Estado para o 1º trimestre de 2017. O trabalho é realizado por profissionais da Diretoria de Meteorologia e Hidrologia (Dimeh), responsável pela análise, previsão e monitoramento das condições de tempo, clima e hidrometeorológicas. O prognóstico de precipitação acima do normal em grande parte do Estado é resultado da parceria com o 2º Distrito Meteorológico (Disme), do Instituto Meteorológico (Inmet).

Nos primeiros 15 dias de janeiro de 2017 a precipitação superou o dobro de chuvas ocorridas no mesmo período de 2016 em sete dos 10 municípios analisados - Belém, Itaituba, Porto de Moz, Soure, Monte Alegre, Tracuateua e Cametá. Segundo Antônio Sousa, diretor de Meteorologia e Hidrologia da Semas, “é provável que a maior parte do Estado do Pará apresente chuvas entre normal e acima do normal durante o primeiro trimestre de 2017”.


Foto: Márcio Ferreira/Agência Pará

Em relação às temperaturas, em anos normais, quando o Oceano Atlântico está favorecendo as chuvas ou com a ocorrência do fenômeno La Niña, os sistemas de grande escala, como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), estão mais presentes e atuantes, causando dias com nebulosidade (de nublado a encoberto), chuvas e redução de temperatura.

Pelas dimensões continentais e localização geográfica, o Pará apresenta diferentes regimes de chuvas entre suas regiões. Em geral, na maior parte do sudeste e do sudoeste o período chuvoso vai de novembro a abril. No Arquipélago do Marajó, Baixo Amazonas e grande parte do nordeste as chuvas se intensificam entre os meses de janeiro e junho. Na Região Metropolitana de Belém (RMB) e municípios próximos chove mais entre dezembro e maio. Esses meses registram aproximadamente 80% do total pluviométrico anual, período conhecido como inverno amazônico, com frequente atuação, simultânea ou não, de diversos sistemas meteorológicos e diferentes escalas.

No norte do Pará, por exemplo, a ZCIT é o principal sistema produtor de chuva nesse período, além de sistemas meteorológicos de escala menor, como as Linhas de Instabilidade e Sistemas Convectivos de Mesoescala. Já na região sul as chuvas são geradas, em grande parte, pela aproximação de sistemas frontais do Hemisfério Sul, zonas de convergência de umidade ou pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que favorecem e organizam a convecção na região, movimentos ascendentes essenciais à formação das nuvens.



Variações

O sol (fonte de energia) e os oceanos (que cobrem 71% da superfície do planeta) são os controladores do clima global. Como o sol apresenta comportamento mais constante e ciclos bem definidos, as variações bruscas nas Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), que perduram por meses, são as principais responsáveis pelas alterações ocorridas em um período chuvoso. Essas variações são facilmente sentidas pela atmosfera e tendem a alterar o padrão da circulação geral dos ventos, em especial na região localizada na faixa tropical da Terra.

De 2015 até agora, o Pará sofre influência de anomalias de TSM - variações acima dos padrões de normalidade -, ocorridas no Oceano Pacífico. Essas alterações são responsáveis por fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña. Dependendo da intensidade, eles são decisivos para o comportamento do período chuvoso na região amazônica.

Fenômenos

O El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais do mar. Em grande parte da Amazônia, incluindo o Pará, o El Niño impede a formação das nuvens de tempestades, causando redução das chuvas e aumento das temperaturas. A La Niña, fenômeno oposto ao El Niño, tende a intensificar o período chuvoso na região e diminuir as temperaturas. Os efeitos desses fenômenos ocorridos no Oceano Pacífico, associados a variações mais curtas no Oceano Atlântico, foram observados nos períodos chuvosos nos finais dos dois últimos anos.

Em dezembro de 2016, os municípios apresentaram chuvas nas categorias acima e muito acima do normal, exceção apenas de Marabá e Conceição do Araguaia, que registraram chuvas abaixo do normal para o período.

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