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Sexta, 19 Abril 2024

Inpe alerta sobre nuvem de fumaça do Pará em direção a Manaus

MANAUS – A qualidade do ar em Manaus registra nesta segunda-feira (19) os piores níveis desde o dia 1º de outubro, quando a cidade foi tomada por fumaça. Desta vez com um agravante: os níveis de ozônio também estão altos. E a previsão para os próximos dias é pouco animadora. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma nuvem de fumaça vindo do oeste do Pará e de municípios da fronteira do Amazonas deve agravar a situação na capital.
Dados do Inep apontam que há locais na cidade com registros de até 100 microgramas por metro cúbico de material particulado fino na atmosfera. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o máximo aceitável é de 40 microgramas por metro cúbico, acima disso oferece riscos à população. O material particulado fino é o mais nocivo à saúde, pois os sólidos são pequenos e penetram com mais facilidade no sistema respiratório. 
“Há locais em Manaus onde a concentração varia de 50 a 100 microgramas por metro cúbico”, revela o meteorologista do Inpe, Saulo Freitas. “O nível de ozônio também é preocupante, pois está chegando a até 70 ppbv [partes por bilhão] na atmosfera; o normal são níveis na faixa de 20”, explica. O ozônio é prejudicial quando formado por gases oriundos de queimadas que entram em contato com a radiação ultravioleta da luz solar.
Fumaça encobre Manaus desde o dia 1º de outubro. Foto: Hêmilly Lira/Portal Amazônia
A presença desta forma nociva de ozônio na atmosfera revela que a fumaça tem origem em florestas queimadas. “O fogo está consumindo árvores, madeira. É ruim porque a queima deste material produz fumaça mais tóxica, diferente da queima de uma pastagem, por exemplo”, explica Saulo.
“A poluição nesta tarde [de segunda-feira, 19] está maior que a do dia 2 de outubro, quando os níveis ficaram entre 60 a 80 microgramas por metro cúbico”, detalha Freitas. A data a que o pesquisador se refere foi uma das mais críticas para a capital do Amazonas. Desde então a qualidade do ar vinha melhorando gradativamente, mas no sábado (17) e no domingo (18) a fumaça densa e cinza voltou a tomar conta da cidade. No domingo, a fumaça persistiu o dia inteiro em alguns bairros.
A situação foi ocasionada por uma nuvem de fumaça que passou por Manaus vinda de municípios da Região Metropolitana de Manaus. “Podemos ver bem a situação da fumaça na região de Manaus em neste domingo, inclusive, notamos uma pluma que vem de uma queimada a 50 quilômetros a nordeste de Manaus, e passando em cima da cidade”, explica coordenador do monitoramento de queimadas do Inpe, Alberto Setzer. Ele também destaca que foram detectadas dezenas de outras queimadas na região entre os dias 17 e 18 de outubro.A fumaça deve persistir sobre Manaus nos próximos dias. “Há muitas queimadas a leste de Manaus, é justamente de lá que o vento está soprando. No monitoramento é possível ver que essas queimadas acontecem em municípios do Oeste do Pará e na fronteira com Amazonas”, diz Saulo Freitas. Segundo ele, há uma “linha de queimadas” na mesma latitude de Manaus, caso o fogo não seja contido, a fumaça chegará a cidade por volta desta terça-feira (20).
De acordo com dados gerados pelo satélite NPP 375 do site do Inpe, o município de Barreirinha, que fica próximo à fronteira do Amazonas com Pará, registrou entre 16 e 19 deste mês 154 focos de queimada. Em todo o Amazonas foram 1.600 focos de incêndio registrados no durante o período.

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