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Sexta, 19 Abril 2024

Empresa italiana quer comprar óleos da floresta do Acre

RIO BRANCO - A extração de óleos vegetais da Amazônia pode se tornar um dos maiores trunfos para mantê-la em pé. O interesse por esses produtos está se expandindo por todo o planeta e a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) vem divulgando o potencial dessas substâncias.
Acompanhados de Sílvia Luciane Basso, pesquisadora e diretora técnica da Funtac, dois italianos, Giovanni Moretti e Paolo Lavagetto, visitaram a fábrica de óleo de murmuru da Comunidade Nova Cintra e a Cooperativa do Igarapé Branco, situada no Ramal 3 do Projeto Santa Luzia, ambas na zona rural de Cruzeiro do Sul, e ainda a fábrica de extração de óleos, no município de Mâncio Lima.
Moretti é um amigo do Acre desde os tempos de Chico Mendes. É um entusiasta da preservação da floresta e faz um trabalho de porta-voz dos produtos da floresta junto a empresas italianas e suíças. Lavagetto é diretor-industrial da Parodi Nutra, empresa italiana que trabalha apenas com a comercialização de óleos naturais.


A fábrica de óleos da Comunidade Nova Cintra tem 29 sócios efetivos. Foto: Onofre Brito/Agência Acre
A Parodi Nutra, além de comercializar óleos da Amazônia na Europa e Estados Unidos, também pretende montar uma fábrica de refino de óleos em Rio Branco.
Óleos do Juruá
A fábrica de óleos da Comunidade Nova Cintra visitada pelos italianos foi montada pelo governo do Estado e entregue à administração da Cooperativa Nova Cintra. A cooperativa tem 29 sócios efetivos e 270 famílias de sócios-coletores espalhados por 52 comunidades ao longo do Rio Juruá, desde Ipixuna, no Amazonas, até Porto Walter no Acre, que recolhem o coco murmuru.
Neste ano a empresa recebeu dos coletores 5.645 sacas de cerca de 43 quilos com casca. De cada saco de coco, depois de passar por todo o processamento, pode ser extraído entre 2,5 a 3 litros de óleo.
O técnico florestal e diretor-financeiro da cooperativa, José Queiroz, o “Jotinha”, explica que, com a atual estrutura de galpões, a fábrica pode beneficiar até sete mil sacas de murmuru. O presidente da cooperativa, Rivaldo Pereira da Costa, admite que se o mercado do produto aumentar pode ser feito um projeto para ampliação da fábrica. “Matéria-prima nós temos”, disse.
Darci Mendes mostra o óleo de buriti. Foto: Flaviano Schneider/Agência Pará
Com o presidente da Cooperativa do Igarapé Branco, Darci Mendes, os italianos obtiveram dados importantes sobre diversos óleos da floreta, época da safra e preços praticados atualmente.
A cooperativa produz de forma artesanal óleos de açaí, patoá, buriti, andiroba, cocão, copaíba e tucumã. Segundo Mendes, tendo mercado, a produção pode ser expandida. Ele calcula que a região pode produzir cerca de três toneladas anuais de óleo de açaí e de buriti, duas toneladas de patoá e cocão e uma tonelada de óleo de andiroba e de copaíba.
A fábrica de extração de óleos de Mâncio Lima – construída pelo governo do Estado – produz especialmente óleo de buriti, mas para seu diretor Manoel Bezerra, se houver mercado certo, vários outros vegetais podem ser utilizados para extração de óleos.

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