Comunidades indígenas de Tabatinga reivindicam segurança pública
MANAUS - Planejar e implementar segurança pública nas comunidades indígenas localizadas nas terras indígenas Tukuna Umariaçu e Évare I, no município de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus) é o pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM). O órgão aponta frequentes casos de violência nas comunidades indígenas Umariaçu I, Umariaçu II e Belém do Solimões. De acordo com a ação, um posto provisório deve ser instalado nas dependências da Secretaria Especial de Saúde Indígenas (Sesai) para iniciar a atuação. O MPF/AM requer ainda na ação que a SSP/AM implemente um programa permanente de capacitação, voltado aos policiais que atuarão nas terras indígenas, para apresentação de aspectos sobre a organização social, cultura e costumes dos povos indígenas que vivem nessas comunidades, direitos reconhecidos aos povos indígenas em normas constitucionais e em tratados internacionais e ainda noções sobre policiamento comunitário.Demanda da comunidade As denúncias e demandas que embasaram a ação do MPF surgiram durante assembleia realizada pela equipe da PRM/Tabatinga em visita à comunidade indígena Belém do Solimões. Na ocasião, representantes indígenas e a população pediram por mais segurança para os moradores, alegando que, devido à distância do centro urbano de Tabatinga, a comunidade vive sob a ameaça de gangues que se aproveitam da ausência das instituições públicas para espalhar violência. Segundo os indígenas, o policiamento oferecido atualmente é precário e quase inexistente.A ação relata que o interesse da comunidade na realização de patrulhamento contínuo da Polícia Militar se justifica ainda pelos graves problemas relacionados à venda de bebidas alcoólicas, prática de vandalismo e crimes de latrocínio. A falta de policiamento no local resultou na utilização da área indígena, inclusive, como rota para o tráfico de drogas.ViolênciaDados da Sesai sobre a violência na comunidade Belém do Solimões demonstram que, somente no primeiro semestre de 2015, foram registrados 66 casos de violência física, sendo 22 deles provocados por armas brancas, dois contra crianças, um caso de violência sexual e um caso de agressão com arma branca contra gestante. Os números de agressões sofridas ainda podem ser maiores, já que esses dados se limitam aos casos em que a gravidade da violência exigiu intervenção médica.
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