Portal Amazônia responde: o que é o Linhão de Tucuruí?

A linha de transmissão que leva energia produzida na Hidrelétrica de Tucuruí (no Pará) à região ao norte do Rio Amazonas foi construída com o intuito de ligar as comunidades do Norte com a rede nacional.

A Interligação Tucuruí-Macapá-Manaus, mais conhecida como ‘Linhão de Tucuruí‘, é uma linha de transmissão que leva a energia produzida na Hidrelétrica de Tucuruí (no Pará) à região ao norte do Rio Amazonas. Foi construída com o intuito de ligar as comunidades do Norte com a rede nacional e para atender ao crescimento da demanda de energia na região.

Além de passar pelos municípios paraenses de Porto de Moz e Almeirim, o ramo oriental da interligação leva energia a Macapá (AP) e o ocidental leva a Manaus (AM). Com aproximadamente 1.800 quilômetros de extensão total em tensões de 500 e 230 kV em circuito duplo, o linhão passou por trechos de florestas e o Rio Amazonas. 

Por se tratar de uma obra complexa e realizada predominantemente na floresta amazônica foi definido um projeto compatibilizado com as orientações do órgão ambiental, buscando mitigar os impactos ambientais decorrentes, tais como alteamento de torres, uso de estruturas autoportantes e adoção de apenas picada para lançamento de cabos. Os investimentos previstos foram da ordem de R$ 3 bilhões.

Devido à importância ambiental da região, o projeto teve que ser desenvolvido visando um impacto mínimo e as linhas de transmissão tiveram que ser construídas, sempre que possível, ao lado de rodovias existentes.

Foto: Divulgação/PAC

Curiosidade

“Tucuruí” é um termo derivado da língua tupi antiga: significa “gafanhotos verdes”, através da junção de tukura (gafanhoto) e oby (verde).

Construção 

Em março de 2008, ocorreu o leilão para a construção do linhão, quando o grupo espanhol Isolux conseguiu o direito de dois dos três lotes da linha de transmissão: o lote A liga Tucuruí  à Jurupari; e o lote B liga Jurupari à Oriximiná  e à Macapá, num percurso total de 1,2 mil km. Já o lote C, que vai de Oriximiná a Silves  e à Subestação Lechuga, ficou sob a responsabilidade do consórcio Manaus Transmissora de Energia S.A, constituído pelas empresas Abengoa, Eletronorte e Chesf (PAC, 30/04/2014). 

Em dezembro de 2010 teve início a construção do Linhão de Tucuruí, com previsão para terminar em dois anos. Em 1º de abril de 2011, foi concluída a montagem da primeira torre do Linhão de Tucuruí no trecho entre Oriximiná e a Subestação Engenheiro Lechuga, na capital amazonense, Manaus.

Por AndersonPv – Obra do próprio, CC BY-SA 4.0

O Linhão de Tucuruí foi licitado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2011, ainda no governo de Dilma Rousseff (PT). Desde então, a obra foi parar na Justiça em um impasse no qual os indígenas que vivem na reserva Waimiri Atroari cobraram do governo federal um plano de compensações socioambientais por causa dos impactos irreversíveis que terão na floresta.

O projeto tem um total de cerca de 1.800 quilômetros para conectar oito subestações. Sete das subestações foram construídos a partir do zero. A grade usa 3.600 torres de transmissão, com uma extensão média de 500 metros (1.600 pés) entre torres. A extensão do Rio Amazonas no ponto de travessia é de 2,5 quilômetros (1,6 milhas). O prazo de conclusão é setembro de 2025.

Junto com os cabos elétricos, foram adicionados cabos de fibra óptica ao longo das linhas de transmissão para utilização na Internet de banda larga e telefonia.

Controvérsias

Durante o projeto e a execução das obras foram observados atrasos na emissão das licenças ambientais e desafios legais, ao passar por inúmeras terras públicas e particulares, unidades de conservação – como o antigo Parque Estadual Nhamundá (que foi transformado em Área de Proteção Ambiental Guajuma), a Reserva Extrativista Verde para Sempre -, o que, segundo moradores, tem provocado desmatamento e poluição e a Reserva Florestal Adolpho Ducke (em Manaus).

Além disso, o “linhão” atravessa terras de agricultores, em Tucuruí, no Pará, por exemplo, que reivindicam valores justos de indenização e passa também pelo Projeto de Assentamento Agroextrativista do Maracá, onde moradores temem os riscos à saúde, pela proximidade das torres de transmissão.

O trajeto mais recente, entre Manaus e Boa Vista (RR), de pouco mais de 700 quilômetros, foi licitado em 2011 e, apesar do prazo de entrega para 2015, um impasse sobre a passagem da linha no território indígena Waimiri-Atroari (122 km) atrasou o avanço, que só ocorreu em maio de 2022 quando os indígenas aceitaram a proposta de compensação apresentada pelo governo federal.

*Com informações do Governo Federal, g1 e ONS

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