
As transportadoras de grãos, especialmente da produção graneleira da região Centro-Oeste, estão com as operações paralisadas devido à impossibilidade na navegação pelo rio Madeira, entre Porto Velho e o município de Itacoatiara. Nesta quarta-feira, o nível do Madeira atingiu o ponto crítico de 2,39 metros na região da capital rondoniense, impossibilitando a navegação das balsas. Segundo a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), algumas empresas ainda operam, mas com apenas 20% da capacidade de cargas.
Holanda ressaltou que o ônus gerado ao setor, até o momento, tem sido absorvido pelas empresas de navegação. “A situação é crítica. Nunca tivemos um problema tão sério. O rio Madeira está assoreado e não há investimento para navegarmos com segurança. Foi necessário reduzir a quantidade de cargas e não tivemos como reajustar o valor do frete. O problema está na falta de investimentos pelo governo federal e quem absorve o prejuízo são os armadores”, disse o presidente.
No sentido entre Porto Velho e Manaus a viagem tinha duração média de oito dias. Em agosto o trajeto passou para 15 dias e neste mês o tempo de viagem passou a acontecer em até 20 dias. O presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estadodo Amazonas (Sindarma), Galdino Alencar Júnior, salienta que a solução para os efeitos negativos do período da seca seria a realização da dragagem nos pontos considerados críticos. Ele explica que o serviço é de competência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que há dois anos não faz a dragagem.
O serviço que estava previsto para este ano só deverá começar em 2017. “Em Manicoré, as balsas petroleiras têm passado com calado de 1,80 metros. As balsas estão operando entre 35% e 40% da capacidade. As embarcações continuam não navegando à noite, que é uma restrição definida pela Marinha. O Sindarma tem ajudado com divulgação diária para as empresas de navegação sobre as condições do rio e nível, o que possibilita a programação de carregamento conforme o calado”, informou Alencar Júnior. “O Sindarma tem cobrado fortemente a questão da dragagem, mas até o momento o serviço não foi iniciado”, completou o presidente do Sindarma.
Dragagem resolve problema