Substâncias e extratos da Amazônia são pesquisadas para tratar câncer de pele
MANAUS - Substâncias e extratos da Amazônia que possam auxiliar no tratamento do câncer de pele estão sendo pesquisadas no Amazonas. A pesquisa já efetuou uma triagem com várias substâncias que podem ter potencial para agir contra as células melanoma, tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele).De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marne Vasconcellos, a pesquisa atua com três modelos celulares de melanoma humano, que tem característica genética diferente. “Ainda estamos no processo experimental, mas buscamos novos compostos com potencial anticâncer. Além das substâncias sintéticas, trabalhamos com extratos de plantas da Amazônia, com isso, trazemos todo um conhecimento farmacológico preliminar. Não partimos do nada. Estamos trabalhando com pesquisadores que têm estudos químicos baseados em substâncias que a população sempre utilizou”, disse a pesquisadora.A pesquisa está sendo realizada no Laboratório de Atividades Biológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com recursos financeiros do Programa de Apoio a Pesquisa (Universal Amazonas) da Fapeam.De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase (células que se espalham para outras partes do corpo).O dermatologista, Carlos Chirano, em entrevista à revista Amazonas faz Ciência da Fapeam, em 2014, disse que no Amazonas o cenário não é diferente, embora a população tenha o tom de pele mais escuro, que permite uma resistência maior a radiação solar. A incidência de sol durante todo ano favorece para o aparecimento da doença. “Os casos de câncer de pele no Amazonas são altos, ainda há necessidade de uma conscientização por parte das pessoas a respeito de como lidar com a exposição solar. Eu acredito que esse seja o único mecanismo para reduzir esse cenário do câncer de pele”, disse Chirano.Para a pesquisadora, que é doutora em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará, apesar do estudo ainda estar em fase experimental, os resultados podem beneficiar milhares de pessoas que acometidas com o câncer de pele. “A Fapeam como parceira é crucial nesse processo para realização não apenas desse projeto de pesquisa, mas de outros trabalhos também na mesma linha que estamos realizando no laboratório há alguns anos”, disse a pesquisadora.
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