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Terça, 16 Abril 2024

Sonda molecular produzida em Manaus dá resultado de histoplasmose em 4 horas


Foto: Divulgação/InpaMANAUS - Normalmente, o exame de identificação da  da histoplasmose, uma infecção grave que se manifesta, principalmente, em indivíduos imunocomprometidos, como os pacientes com Aids/HIV demora até 25 dias. Em Manaus, uma sonda molecular foi desenvolvida para aplicação em hibridização in situ fluorescente (Fish, na sigla em inglês) com o objetivo de obter o diagnóstico em até quatro horas. O projeto é desenvolvido pelo Laboratório de Micologia do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa/MCTI).A histoplasmose é uma doença causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, presente nas fezes de morcegos e aves, como pássaros e pombos. O contágio ocorre pela inalação desse material suspenso no ar. Os sintomas variam desde uma infecção assintomática até febre, dor de cabeça, dor torácica, tosse, fraqueza, falta de ar e de apetite. O organismo da maioria das pessoas combate o fungo sem precisar de tratamento, dependendo do estado de saúde do indivíduo. Em outros casos, a doença oportunista pode levar à morte do paciente.  De acordo com o pesquisador do Inpa, o doutor em biotecnologia industrial João Vicente Braga de Souza, a ferramenta veio para agilizar o diagnóstico da doença, que é a segunda causa de mortes em Manaus em pacientes imunocomprometidos, indivíduos com reduzida atividade do sistema imunológico. Segundo Braga, são registrados cerca de 20 a 30 mortes por ano. O diagnóstico microbiológico tradicional é baseado na avaliação microscópica de fluidos e tecidos, técnicas sorológicas e culturas, incluindo hemoculturas. Conforme Braga, a hemocultura é um método inespecífico para determinar a presença de patógenos em amostras clínicas. O diagnóstico normalmente é realizado pela leitura contínua em sistemas automatizados que detectam o crescimento de micorganismos.Se as amostras forem positivas é necessário ainda exames posteriores para identificar o organismo presente na amostra. Para isso, é realizado um exame de coloração de Gram buscando identificar bactérias seguido por subculturas em ágares para identificação de fungos, no caso o Histoplasma capsulatu.“Esta avaliação tradicional para o diagnostico de histoplasmose (subculturas) é lenta e pode durar entre 10 a 25 dias para detecção do H. capsulatum”,disse o biólogo Roberto Silva Junior, que desenvolveu a sonda na tese de Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em convênio com a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM). O estudo foi orientado pelo pesquisador João Vicente Braga de Souza, responsável pelo Laboratório de Micologia do Inpa.Roberto Silva explica que a sonda molecular é uma alternativa para o diagnóstico rápido da histoplasmose. Segundo ele, com a utilização da ferramenta não é preciso fazer a subculturas para identificação do histoplasma. Com aplicação de Fish em hemoculturas positivas é feita a identificação direta deste organismo não precisando mais da espera do crescimento em subculturas que leva em media 25 dias.  O Fish é uma técnica rápida, fácil de aplicar, não exigindo mais do que equipamentos de laboratório padrão, incluindo uma incubadora e um microscópio de fluorescência. A sonda molecular foi desenhada para utilização em Fish, tendo como alvo o fungo H. capsulatum. O objetivo do trabalho foi avaliar essa sonda em material de hemocultura pré-incubada para o diagnóstico rápido de pacientes com histoplasmose.“Procedimentos que permitam a detecção mais rápida de H. capsulatum em hemoculturas positivas são necessários para o início precoce de uma terapêutica adequada”, diz Roberto Silva.

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