Manaus 30º • Nublado
Sexta, 19 Abril 2024

Saiba como comércio e indústria do Amazonas veem pedido de impeachment



MANAUS
- O mercado reagiu na última quinta-feira (3), à abertura de processo contra a presidente Dilma Rousseff (PT), cujo pedido foi aceito no dia anterior pelo presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Lideranças e especialistas do comércio e indústria do Amazonas ouvidos pelo Jornal do Commercio se dividiram entre os que acreditam em uma possível melhora no cenário econômico após uma suposta queda da chefe do executivo federal e os que defendem a ideia de que o impeachment sozinho não será capaz de reverter a estagnação do mercado.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, o impeachment não é a solução. Na avaliação do empresário, a crise econômica é consequência de um modelo de gerenciamento atrelado ao governo federal como um todo, não somente na figura da presidente Dilma. Ele defende a ideia de que, antes de afastar a presidente, se o país não tomar medidas com relação às reformas tributária, previdenciária e trabalhista não será capaz de fomentar o crescimento da indústria. “As reformas tributária, previdenciária e trabalhista representam três grandes pilares da economia. Com elas, teríamoso aumento da competitividade da indústria. Essas três reformas precisam ser feitas imediatamente. Precisamos resolver questões tributárias, acabar com a guerra fiscal entre os Estados, resolver o problema do ICMS, do PIS/Cofins, IPI porque ninguém aguenta mais. O país precisa voltar a ser competitivo e o impeachment só seria a solução no sentido de, politicamente, colocarmos no comando do país alguém que venha efetivamente fazer o trabalho de remodelação que o Brasil precisa”, defendeu Silva.
Já na opinião de Marcus Evangelista, presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon/AM), o mercado já deu, imediatamente após o anúncio da abertura do processo, sinais de que reagirá positivamente a uma suposta troca de comando na presidência. “Na minha opinião, acredito que deva haver uma melhora. Um exemplo disso é o desempenho da Bolsa de Valores. A Bolsa é o melhor termômetro para se avaliar qualquer ocorrência na economia e, automaticamente após a confirmação da abertura do processo de impeachment, ela já subiu. Os indicadores subiram. Como há uma possibilidade de mudança e esperança de que essas mudanças sejam positivas as expectativas são boas”, explicou.
A quinta-feira foi marcada por fortes altas na Bovespa. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, subiu 3,29%, aos 46.393 pontos, após fechar em queda por quatro sessões seguidas.
Comércio dividido O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio/AM), José Roberto Tadros, afirma que a visão que o empresariado tem é um misto de alívio com expectativa. Segundo ele, os empresários acreditam que o governo federal está esgotado, sem credibilidade e respeitabilidade, que poderia ser amenizado com uma possível saída da presidente Dilma. Contudo, dado à contaminação generalizada de descrédito para com os membros da base governista levantam a dúvida sobre até que ponto uma troca no Planalto seria positiva para o comércio. “A presidente estava falseando a verdade e nós, em particular, já sabíamos que tudo o que estava sendo por ela anunciado não batiam com os números da economia. Um governo que se propõe a maquiar números e fazer pedaladas é punido com falta de credibilidade. Sobre o impeachment, se de um lado vemos que o governo está esgotado e teríamos mais três anos de repetições, por outro lado a preocupação é o day after. A dúvida é de como será o próximo governo, já que não confiamos nesses governantes que temos”, questiona Tadros.
Mesmo com um cenário de incertezas, o presidente da Fecomércio afirma que os desdobramentos políticos de Brasília não deverão impactar ainda mais o consumo durante as festas de fim de ano, já bastante prejudicados pela crise na economia. “Não teremos um Natal com a euforia que eventualmente se teve. Mas tenho certeza de que o Natal, como é um apelo que extrapola as razões políticas, econômicas e a racionalidade, os consumidores irão gastar mais. Mas não muito mais do que se esperava anteriormente porque todos estão vivendo a insegurança do momento”, prevê.

Veja mais notícias sobre Economia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 19 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://portalamazonia.com/