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Quinta, 25 Abril 2024

Recursos recuperados da corrupção vão atender crianças em Mato Grosso

CUIABÁ - Um aporte de R$ 500 mil [dinheiro público] recuperados pelo MPF e Justiça Federal, na Operação Ararath, serão investidos na ampliação do programa “Um por todos e todos por um” (UPT). A iniciativa vai atender 100 mil alunos da rede estadual em cinco anos. O anúncio foi feito pelo Governo de Mato Grosso, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Justiça Federal.O projeto educativo tem como base a discussão da ética e cidadania, com objetivo de estimular os futuros cidadãos a se envolverem com as questões sociais e proporcionar uma formação crítica, com consciência de seus direitos e deveres. A Operação Ararath investiga um esquema de desvio de dinheiro público em Mato Grosso. Os recursos apreendidos durante a operação serão aplicados na produção de kits pedagógicos, desenvolvidos pela CGU em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes e Instituto Maurício de Sousa, para atender professores e estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino.
Foto: Mayke Toscano/Gcom-MTO procurador Gustavo Nogami lembrou que o MPF possui um planejamento estratégico que prevê que até 2020 o órgão seja reconhecido nacional e internacionalmente no combate à corrupção, e que neste objetivo, adota dois enfoques: o repressivo, com as investigações que promove, e o preventivo/educativo como o UPT. “Teremos em Mato Grosso mais cem mil estudantes formados na concepção de ética e lisura. E eles se tornarão replicadores dessas ideias de cidadania em suas comunidades, em seus lares”, comemorou.O Ministro Chefe da Controladoria Geral da União, Valdir Moisés Simão, ressaltou que a parceria com o Governo do Estado teve início em junho, quando o convênio previa o atendimento a pouco mais de três mil alunos, em 49 escolas, e que Mato Grosso foi o primeiro estado brasileiro a aderir ao projeto – que tem tomado um corpo muito grande no cenário nacional. “A guerra contra a corrupção não deve ter heróis, mas deve conscientizar e sensibilizar toda a sociedade. Tenho a convicção que estamos no caminho certo para a construção de uma sociedade onde ‘ser’ é mais importante do que ‘ter’, e que respeitar o direito do outro não seja um comportamento exótico, mas sim natural e intrínseco”, constatou Simão.O cartunista Maurício de Sousa declarou emocionado que se sente honrado por colocar a força e o carisma de seus personagens à disposição de um projeto tão importante. “Erguemos nossa bandeira de cidadania e estamos engajados em um programa que transformará a vida de muitas crianças”, frisou.Maurício de Sousa foi recepcionado no Palácio Paiaguás pelo governador em exercício Carlos Fávaro, que apresentou ao cartunista dados referentes à produção e potencialidades de Mato Grosso.HomenagemDurante a solenidade no auditório Cloves Vettorato, Maurício de Sousa recebeu os títulos de Cidadão Cuiabano, pelas mãos do vereador Maurélio Ribeiro, e Mato-Grossense, além da Comenda Senador Filinto Muller, outorgada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Guilherme Maluf.Para o secretário de Estado de Educação, Esporte e Lazer, Permínio Pinto, o UPT busca discutir valores importantíssimos, conceitos que devem ser resgatados, e para isso conta com o auxílio do universo lúdico das personagens da Turma da Mônica. “O programa procura envolver estudantes, professores, famílias, escolas e comunidades em reflexões sobre temas relacionados à gestão do Estado, à organização da sociedade e à responsabilidade de cada um no processo de construção de uma sociedade mais justa e inclusiva”, comentou.Permínio explicou que o material didático do UPT é composto por manuais, cadernos de atividades, jogos, cartazes e histórias em quadrinhos que visam estimular, no aluno e na sua comunidade, a consciência de seu papel como cidadão e a importância da participação de todos na luta contra a corrupção e a favor de uma sociedade ética e responsável.O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, salientou que os recursos destinados ao UPT, em quase 12 meses de governo, são um dos mais bem aplicados. “Vivemos tempos sombrios, estamos em um deserto de decência, de ética, de correição de agentes públicos. Mas neste cenário, encontramos alguns oásis como este programa”, exaltou, destacando que é preciso trabalhar arduamente para que o país volte a ter a ética como prática cotidiana.Taques fez uma homenagem especial a Maurício de Souza, agradecendo em nome de milhões de brasileiros que ajudou a formar. “Tomara que tenhamos a mesma dureza da Mônica, quando age contra os malfeitos do Cebolinha, a cabeça e mente do Horácio, e a sinceridade brejeira do Chico Bento no enfrentamento deste mal. Leve daqui além dos títulos, o agradecimento de pais e mães, de cidadãos que adquiriram o hábito da leitura por meio de suas revistas”, finalizou.O programaDesde a sua primeira aplicação em 2009, o UPT já envolveu 400 mil alunos, 13 mil professores e 1.600 escolas. Em 2014, a CGU editou Portaria com intuito de garantir maior difusão do programa à população. A norma permite que o ente público federal, estadual ou municipal, ou a instituição da rede privada execute o programa. Para isso, existe o Termo de Adesão que deve ser assinado pelo ente parceiro.A Controladoria tem a responsabilidade de orientar sobre requisitos e metodologias necessárias para o desenvolvimento do programa; disponibilizar o arquivo com as peças gráficas dos materiais didáticos para impressão; capacitar, com encontros presenciais e via curso de ensino à distância, os professores envolvidos; e também de promover campanhas e ações de disseminação do programa. Além de monitorar e acompanhar os dados acerca da efetividade do programa.

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