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Quinta, 18 Abril 2024

PIM demite mais de 20 mil e vendas caem 30% em 2015

MANAUS - Redução de 20 mil empregos, queda de 20% na atividade industrial e retração de 30% no faturamento em comparação ao último ano. Esses foram os números referentes à produção industrial registrados pelos empresários do PIM (Polo Industrial de Manaus) neste ano.Como resultado dos índices negativos, somado à retração no poder de compra do consumidor, as empresas ainda amargam a retenção nos estoques, principalmente, nos segmentos de duas rodas, eletroeletrônico e de ar-condicionados. Para os empresários, a economia do país só deverá reagir a partir de 2017 Segundo o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, a produtividade e o faturamento do polo industrial devem fechar o ano com números muito abaixo do projetado para 2015. O empresário afirma que pela primeira vez o PIM não admitiu mão de obra temporária para atender às demandas produzidas no final de ano. Ele alerta para o risco da ocorrência de mais demissões no primeiro trimestre de 2016. “Não é a questão da produtividade, mas da capacidade utilizada hoje no PIM em cima da capacidade instalada que é menor que 60%. Pela primeira vez o PIM não contratou mão de obra temporária para o final de ano.O movimento que existia nos anos anteriores não se repetiu, onde as empresas contratavam os temporários e parte dessa mão de obra era efetivada. Logo, o risco de desemprego é muito grande”, explica. Conforme Périco, a expectativa é de que a atividade industrial feche em queda de 20%.
Foto: Jornal do CommercioEm faturamento, ele acredita que esse percentual deverá ter redução de 30%, em dólar, e entre 21% a 22% em reais. Ele considera que 2015 foi um ano de dificuldades para a indústria nacional. “O nosso Estado sofre mais porque depende muito do que se produz no PIM. 95% do ICMS do Amazonas provém da capital, calcada na indústria e no comércio, e boa parte do comércio é alavancada pelos empregos gerados pelo polo”, comenta.O empresário relata que por conta da diminuição do poder de compra do consumidor e logo, da retração na demanda, todos os segmentos produtivos estão superestocados. Segundo o presidente, nos meses de outubro e novembro o setor de ar-condicionados registrava um estoque com 500 mil produtos acabados. Ele afirma que o setor de eletroeletrônicos e o de duas rodas são os principais segmentos afetados. “Devido aos estoques abastecidos as empresas adotaram medidas de férias coletivas, licença, redução na jornada de trabalho. Por mais que o comércio sofra um aquecimento a demanda por novos produtos cai. O polo de duas rodas e o de eletroeletrônicos são os que mais sofrem e vão continuar sofrendo”, frisou. Na avaliação do presidente, o atual cenário econômico nacional reflete uma cadeia de equívocos ocorridos durante alguns anos, gargalos que não podemser resolvidos em curto prazo. Ele acredita que é necessário o governo federal tomar uma série de medidas que visem o reaquecimento econômico.“Precisamos de uma série de medidas. No meu entendimento, 2016 é um ano perdido. Se essas medidas passarem a ser implementadas quem sabe consigamos estabilizar esse processo de queda em 2016 e quem sabe buscar o reaquecimento a partir de 2017”, disse.
O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva,concorda com a avaliação de Périco e considera que 2015 foi um ano difícil por conta dos problemas econômicos. Ele considera que a situação da indústria local ainda foi agravada em decorrência da indefinição da nomeação do novo superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).“Foi um ano sofrível. Tivemos problemas de toda ordem, o que prejudicou muito a dinâmica do PIM. Greves, indefinição da nomeação do novo dirigente da Suframa, queda da demanda pelos produtos fabricados na ZFM, resultado da retração econômica que atinge o país, além de outros entraves, prejudicaram muito o desempenho da atividade industrial”, avalia.Ao considerar os resultados dofaturamento até outubro deste ano, Silva acredita que 2015 encerrará com faturamento de US$24 bilhões, com uma queda de aproximadamente 35% em relação a 2014. De acordo com Silva, as poucas contratações registradas no último trimestre foram direcionadas a cargos específicos em alguma empresas. Ele afirma que o número de demissões foi superior ao de admissões. “Estimamos uma queda nos empregos de aproximadamente 3% em relação a 2014, com uma diminuição de 20 empregos diretos”.Conforme os Indicadores de Desempenho da Suframa, atualizados somente até o mês de julho deste ano, até o sétimo mês de 2015 o PIM registrava 101.593 trabalhadores, incluindo efetivos, temporários e terceirizados. Em janeiro esse número era de 117.199 colaboradores.

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