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Quinta, 18 Abril 2024

Pesquisadores trabalham para mudar situação ambiental de Manaus



MANAUS -
Número reduzido de árvores nas vias públicas, igarapés poluídos e falta de fiscalização ao descarte de resíduos perigosos, nos quais estão inseridos os lixos hospitalares, químicos e radioativos. Esses são alguns dos problemas evidenciados diariamente pelos manauaras em diversos pontos da cidade. Pesquisadores apontam que é possível mudar o cenário de problemáticas ambientais e obter, a longo prazo, um futuro mais seguro e com melhor qualidade de vida à população. Para isso, é necessário haver conscientização da população e investimento por parte do poder público.
De acordo com o engenheiro agrônomo, Ronaldo Santos, nos últimos anos Manaus conquistou um avanço no quesito arborização. Porém, o índice de árvores existentes nas vias públicas ainda precisa melhorar para que a população goze de melhor qualidade de vida. 
Santos explica que entre os principais benefícios proporcionados pela existência das árvores estão o conforto térmico proporcionado pelas sombras; a melhor qualidade do ar; a questão estética, a partir de um ambiente mais harmonizado devido à proximidade com o ambiente natural; a possibilidade de ter árvores frutíferas; e ainda a contribuição das plantas com a absorção das águas das chuvas, reduzindo a possibilidade da ocorrência de enxurradas.
Manaus evoluiu no quesito urbanização. Foto: Assessoria/Gideão Soares

“Infelizmente o atual nível de arborização obtido em Manaus não é o ideal para o índice populacional. Ainda estamos abaixo do nível esperado, o que não significa que não avançamos. A Prefeitura tem atuado nesta questão, mas mesmo assim estamos aquém e precisamos avançar. Uma pesquisa divulgada pelo Ibge em 2012 classificou Manaus como a segunda cidade com o menor percentual de arborização urbana entre 15 capitais avaliadas com mais de um milhão de habitantes”, disse.
Segundo Santos, o Plano Diretor de Manaus aponta caminhos à obtenção de melhores resultados quanto ao plantio de árvores para os próximos anos. “Não apresentamos índices favoráveis, mas o caminho está trilhado porque o plano tem elementos, ferramentas alternativas que possibilitam essa melhoria”, comenta.
Para o engenheiro, além do trabalho desenvolvido pelo poder público é necessário haver conscientização por parte da população quanto à importância de se plantar uma muda e preservá-la. “O caso de Goiânia é um exemplo de cidade que conta com a atuação da população em conjunto com a Prefeitura e hoje é considerada como uma cidade que tem arborização mediana”. Outras cidades que têm boa arborização, segundo Santos, são: Curitiba, Campinas e Porto Alegre.
População também precisa se conscientizar. Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade(Semmas) entre 2013 e 2015 foram plantadas 188,2mil mudas de árvores. A Secretaria desenvolve o Programa Manaus Verde e Viva, que reúne um conjunto de ações voltadas à arborização da cidade de Manaus. Entre as ações, estão produção de mudas, doação de mudas de espécies frutíferas e ornamentais para plantio em residências, plantio em logradouros públicos (canteiros centrais, passeios públicos, praças, áreas verdes), manejo e manutenção de árvores consolidadas, autorização para a atividade de corte e poda, entre outras. As avenidas Djalma Batista, André Araújo, Paraíba e Natan Xavier Albuquerque são exemplos. As dificuldades para a recuperação dos igarapés.
Na avaliação do geógrafo e professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcos Castro, é possível, mesmo que a longo prazo, rapés poluídos existentes em Manaus. Para isso, ele conta seria necessário haver primeiramente uma mudança no comportamento público, com a população deixando o hábito de descartar lixos nas águas, assim como, há necessidade de as empresas mudarem a forma de descarte dos efluentes, que hoje, são direcionados aos igarapés. Como segundo passo, entra a atuação do poder público com investimentos destinados à recuperação química das águas.
Castro explica que o atual projeto desenvolvido pelo Governo do Estado, o  Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) prevê somente a recuperação urbanística dos igarapés, o que consiste nas intervenções físicas e estéticas, enquanto a problemática envolve fatores químicos. “Os projetos existentes preveem a intervenção urbanística a partir da mudança nas paisagens, o que é importante. Porém, a recuperação das águas não está em questão e nem mesmo campanhas para não se jogar mais lixos nos igarapés. No dia em que não se jogar mais lixos nos igarapés em um prazo de 50 anos, talvez, tivéssemos o igarapé recuperado quimicamente”, analisou. “A recuperação química é um processo longo que leva décadas para ser concluído, e ainda necessita de um investimento sistemático. Seria necessário criar estação de tratamento e captação de água de esgoto para não ser mais despejado em igarapé”, completou.

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