Manaus 30º • Nublado
Quinta, 25 Abril 2024

MPF apura reclamações de indígenas de Atalaia do Norte em inquérito civil


Reunião entre MPF-AM e lideranças indígenas em Atalaia do Norte. Foto: Divulgação/MPF-AM

MANAUS - Há 11 dias um grupo de mais de 100 indígenas, de várias etnias, ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros da capital), no Amazonas. Eles querem a saída do coordenador da Bruno Pereira, e a eleição de um indígena para o cargo, medidas para coibir conflitos entre etnias recente contato e melhores condições de infraestrutura para a atuação do órgão no Vale do Javari. Além disso, as lideranças também reivindicam transparência na demarcação de terras.

Na última quarta-feira (27), foi realizada uma reunião entre o Ministério Público Federal (MPF), com presença da Polícia Federal, e lideranças indígenas Matis, Marubo, Mayoruna e Kanamary. O encontro aconteceu na Câmara Municipal de Atalaia do Norte.

Durante a reunião, o Procurador da República Ramon Amaral, que atua na unidade de Tabatinga, ressaltou que uma de suas missões é a defesa dos interesses indígenas, e que considera legítima a ocupação dos Matis que buscam uma melhor gestão na Funai.

No entanto, ele deixou claro que não é competência do Ministério Público nomear ou exonerar servidores do órgão. O procurador também garantiu que as reclamações serão apuradas e os documentos entregues pelos indígenas serão analisados por meio de um inquérito civil que será instaurado.Após a reunião, as lideranças voltaram para o prédio da coordenação regional da Funai no município. De acordo com o correspondente da Agência Brasil na região, Nailson Tenazor, os indígenas permanecem no local até que seja resolvido o impasse sobre a substituição de Bruno Pereira.CartaNo dia seguinte ao início da ocupação, as lideranças indígenas publicaram uma carta dirigida ao presidente da Funai, João Pedro Gonçalves. Em resposta, a direção do órgão publicou em seu site uma nota onde se diz surpresa com as colocações dos indígenas."A Direção da Funai se declara, primeiramente, surpresa, tendo em vista o diálogo aberto que vem mantendo com os Matis e os demais povos indígenas do Vale do Javari, com a finalidade de encontrar soluções pacíficas para as reivindicações apresentadas pelos povos da região", diz o texto.Entre outras considerações, a Funai afirma uma possível substituição do coordenador local não deva ocorrer diante da ocupação do prédio. A Funai também diz que há previsão de uma reunião com lideranças indígenas do Vale do Javari em fevereiro.A reportagem do Portal Amazônia tentou contato, por telefone, com as lideranças que participam da ocupação, mas não obteve sucesso.Leia a carta na íntegra

Veja mais notícias sobre Cidades.

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://portalamazonia.com/