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Sexta, 19 Abril 2024

Indústria é campeã do desemprego no Amazonas em 2015



MANAUS
- Com 21.552 postos de trabalho fechados, a indústria de transformação foi o setor campeão de demissões no Amazonas durante o ano de 2015. Segundo os últimos números divulgados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no acumulado de janeiro a novembro, o Polo Industrial de Manaus (PIM) abriu 36.756 vagas formais de emprego, número muito abaixo dos 53.855 novos empregos criados na indústria amazonense no mesmo período de 2014.
Além da retração nas contratações formais, o Polo Industrial de Manaus viu também, ao longo de 2015, o nível de demissões se mantendo praticamente estável em relação ao ano passado. Em 11 meses, 58.308 trabalhadores da indústria perderam seus empregos em 2015, número muito próximo (inclusive mais baixo) das 58.550 demissões formalizadas entre janeiro e novembro do ano passado.
Os números são reflexo da política adotada pela maior parte das empresas do PIM para evitar demissões em massa: manter o atual quadro de pessoal e reduzir ao máximo as novas contratações resultado disso é um saldo negativo de 21.552 empregos na indústria, uma variação que representa uma queda de -16,11% nos níveis de emprego em relação ao mesmo período do ano passado.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, demonstrou preocupação em relação ao ano de 2016. Ele observou que, pela primeira vez, o PIM não contratou mão de obra temporária para atender a demanda de fim de ano, fato que representa um grande risco para a geração de empregos no polo durante o primeiro trimestre. “O movimento que existia nos anos anteriores não se repetiu, onde as empresas contratavam mão de obra temporária e parte dessa mão de obra ficava. Logo, o risco de desemprego é muito grande.
Já Antonio Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) estima em 3% a queda nos níveis de emprego em relação ao ano passado. Ele confirma ainda os baixos níveis de contratações temporárias em 2015. “Pouca mão de obra temporária foi contratada, basicamente as contratações ocorridas se referiram a cargos específicos de uma ou outra empresa.
Na verdade, houve muito mais demissões, uma vez que estimamos uma queda nos empregos de aproximadamente 3% em relação ao ano passado, ou seja, uma diminuição de quase 20 mil empregos diretos”, analisa Silva.
Mais demissões
Os números do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), no entanto, demonstram uma situação ainda pior. Segundo o sindicato, as demissões no PIM atingiram, em 2015, os maiores níveis em 20 anos.
De acordo com os registros do Sindmetal houve uma redução de 31,7 mil postos de trabalho somente nos segmentos eletroeletrônico e de duas rodas, número que representa um crescimento de 17,3% em relação às homologações registradas em 2014.
A previsão é que em 2016 as dificuldades continuem, com o risco de que em janeiro 2,3 mil trabalhadores do polo de duas rodas sejam demitidos e ainda de que pelo menos três empresas fornecedoras de peças para fabricantes de motocicletas encerrem as atividades na capital. “Após o anúncio informal feito pela Honda sobre as demissões deverá acontecer um efeito dominó atingindo os 32 fornecedores”, informou o diretor do Sindmetal, João Brandão.

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