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Quarta, 24 Abril 2024

Funai promove expedição para proteger e monitorar índios isolados na Amazônia

Funai promove expedição para proteger e monitorar índios isolados na Amazônia
A Fundação Nacional do Índio (Funai) realiza, a partir desta quinta-feira (7), a Expedição de Proteção e Monitoramento de Indígenas Isolados Korubo do Rio Coari, na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.

Veja primeiras imagens de índios isolados descobertos na Amazônia

A equipe que parte em expedição é restrita a indigenistas e colaboradores da Funai que já possuem experiência no trabalho com índios isolados; profissionais de saúde da Sesai, compostos por médico, enfermeira e microscopista; além de indígenas Korubo, Kanamari, Marubo e Mayoruna.

A Terra Indígena Vale do Javari localiza-se no extremo oeste do estado do Amazonas e tem fronteira com o Peru delimitada pelo Rio Javari. É uma das maiores terras indígenas demarcadas do país, com mais de oito milhões de hectares, e a região com maior concentração de registros de povos indígenas isolados, com 10 referências confirmadas e três em estudo.
 
Foto: Acervo/Funai 
Nessa área, rica em recursos hidrográficos, encontra-se o rio Coari, área tradicionalmente ocupada pelo povo Matis, contatado desde a década de 70, mas também pelo povo Korubo, que são grupos indígenas em situação de isolamento voluntário e outros três grupos considerados de recente contato.

A ação será realizada em conjunto com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/Ministério da Saúde) e contará com o apoio da Polícia Federal, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas e do Exército. A expedição também foi informada ao Ministério Público Federal e demais organizações indígenas do Vale do Javari.

O Grupo da Mayá (1996)

A partir da pressão ocasionada pelos conflitos e ações violentas da comunidade vizinha em relação ao grupo Korubo isolado, a Funai criou, em 1996, a Frente de Contato Vale do Javari, sob a coordenação de Sidney Possuelo, com a finalidade de contatar o grupo Korubo e evitar que sofressem ainda mais com os ataques dos não indígenas. Os 18 indígenas contatados nessa ação passaram a ser designados Grupo da Maya, em referência à matriarcae articuladora do grupo.
 
Foto: Acervo/Funai 
O Grupo Marubão (2014)

Em 2005, passam a ser frequentes as informações de indígenas Korubo na beira do rio Itaquaí, região chamada de Marubão e expedições de monitoramento e proteção da Funai realizadas pela Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari constatam indícios de contato. Em 2014, os indígenas Kanamari relatam movimentação atípica de Korubo nessa região, sugerindo instabilidade no grupo.

Em setembro de 2014 acontece o contato com os Kanamari, que levam seis homens Korubo para a sua aldeia. Diante das evidências de interesse de contato por parte desse grupo, a Funai, com a Sesai e o Grupo da Maya, antecipam o contato com os 16 indígenas restantes, oferecendo, assim, os cuidados médicos e facilitação de diálogo interétnico. O Grupo da Maya e o Grupo do Marubão passam a viver nas margens do Rio Ituí, em duas aldeias distintas.

O Grupo do Contato de 2015

Em 2013, os Matis realizaram registro de contato com alguns homens Korubo. Em 2015, os Matis passam a reivindicar a necessidade de contato com o grupo do Coari e, em setembro desse mesmo ano, protagonizam contato compulsório com os Korubo isolados do Coari que atravessavam o Rio Branco e que hoje sabemos ser parte dissidente do Grupo do Coari.
 
Foto: Acervo/Funai 
Assim que notificadas desses fatos, a Funai e a Sesai atuaram para minimizar os impactos do contato, oferecendo assistência médica - em razão de exposição à doenças que os Korubo ainda não tinham memória imunológica - e promoção do diálogo interétnico visando distensionar a relação entre os Korubo, Matis e instituições envolvidas nos cuidados inerentes ao primeiro contato. Os indígenas desse contato compulsório de 2015 têm sido referidos como Grupo do Xuxu e da Maluxim e somam um total de 21 pessoas.
 

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