Empresários do Amazonas estão otimistas com nomeação de Rebecca na Suframa

MANAUS - Empresários amazonenses estão otimistas com a nomeação de Rebecca Garcia como titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Os representantes empresariais acreditam que a nova administração terá possibilidades de contribuir com o resgate da autonomia da autarquia, tornando-a, em alguns casos, independente dos trâmites gerenciados pelo Congresso Nacional. Assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT), a nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 26 de outubro.

O vice-presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, declarou ser favorável à definição de Rebecca Garcia ao cargo titular da Suframa. Ele disse que o segmento empresarial torce pelo resgate à autonomia da autarquia, assim como pelo restabelecimento de um cronograma regular das reuniões do Conselho de Administração da Suframa (CAS).

Azevedo ainda ressaltou a importância das aprovações dos Processo Produtivo Básico (PPBs). “Vamos torcer para que com o trabalho de Rebecca a autonomia da Suframa seja resgatada, de todas as formas. É importante que a avaliação dos PPBs tenha continuidade porque há uma gama expressiva de processos pendentes de aprovação, e sem essa liberação as empresas não gozam de incentivos fiscais, o que impede novas instalações na capital”, disse.

Segundo Azevedo, a experiência política da ex-deputada será importante no desentrave de questões que até então dependem das aprovações do parlamento. “Acredito na possibilidade de uma gestão junto aos ministérios de Brasília de forma que Rebecca consiga a permissão para que a autarquia avalie os PPBs referentes aos produtos fabricados exclusivamente na ZFM, extinguindo a necessidade de aprovação por parte de Brasília”, comentou.

Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, as expectativas quanto ao trabalho de Rebecca são as melhores. Ele também falou sobre a esperança quanto à retomada da ‘independência’ administrativa da autarquia. “Nossa expectativa é a melhor possível, após quase um ano de indefinições, apesar de todo o esforço dedicado por Gustavo Igrejas. É necessário buscar condições para que a Suframa tenha autonomia de definir situações sem precisar esperar pelas aprovações de Brasília. Outro desafio neste processo é a solução à demanda dos servidores da autarquia, que buscam equiparação salarial”, disse. “Desafios foram feitos para serem superados e ela tem o nosso apoio”, completa.

Na avaliação do presidente da ACA, Ismael Bicharra, para o Estado, é importante que exista uma superintendência e que ela seja assumida com responsabilidade. Ele analisa que a indicação de Rebecca à superintendência da Suframa pode ser uma tentativa do governo federal de contribuir com o resgate da credibilidade da autarquia. Em suas considerações Bicharra citou que a ex-deputada é amazonense e compromissada com o Estado. Ele lamentou que Igrejas não tenha sido indicado ao cargo. “Rebecca tem bom relacionamento com os parlamentares em Brasília e isso pode ajudar nas mudanças do cenário da autarquia. Como uma empresa vai investir em um polo em que o principal órgão de controle não tem superintendente e nem autonomia para aprovar os PPBs?”, indagou. “A ex-deputada é da terra e compromissada com o meio empresarial. Infelizmente Igrejas não foi o escolhido. Acreditamos que Rebecca fará excelente trabalho" disse.

Políticos também aprovam No meio político, a nomeação de Rebecca Garcia como a nova superintendente da Suframa também foi considerada positiva. O deputado estadual José Ricardo (PT), que também é economista, lembrou que não foi uma surpresa, já que o nome de Rebecca Garcia já vinha sendo cogitado há muito tempo.

Na opinião dele, o fato de Rebecca Garcia ter exercido dois mandatos como deputada federal dá a ela maiores condições de desenvolver as reformas necessárias. “A deputada tem uma vantagem porque já foi parlamentar, conhece Brasília e as tramitações políticas. Além disso, o partido dela (PP) está na base de apoio do governo federal. Por tudo isso, acredito que há condições para ela desenvolver um bom trabalho. Desejo sucesso”, disse o petista.

Em relação ao que a nova superintendente poderá fazer, o parlamentar espera que ela tenha poder político para implementar uma reestruturação na Suframa. Segundo ele, hoje a Suframa está em uma situação difícil na questão dos funcionários, com poucos funcionários, salários defasados e a própria estrutura da autarquia precisa de mais investimentos. Mesmo sendo do partido da presidente Dilma Rousseff, José Ricardo cobrou uma maior atenção do governo federal para com o modelo Zona Franca de Manaus. “Como autarquia, a Suframa precisa ser valorizada: precisa ter alocação de recursos orçamentários, precisa, portanto, ter apoio político para que possa atuar como agência de desenvolvimento. A sua abrangência é regional e inclui os Estados da Amazônia Ocidental e Amapá. Por isso, a Suframa precisa de um apoio financeiro mais amplo. Eu sou do PT, mas acredito que o partido precisaria ampliar o debate sobre a questão da Suframa. É um órgão de desenvolvimento, mas também deve se olhar para os trabalhadores. Além disso, o órgão deve levar desenvolvimento também para o interior, não só para a capital. A gente espera que ela (Suframa) possa dialogar com os segmentos da sociedade para pensar alternativas neste sentido”, reclamou. “Não há o que questionar“

Já o secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI) e ex-superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, comemorou a indicação, destacando a importância do trabalho desenvolvido pela autarquia para o desenvolvimento do Amazonas. “Temos que apoiar. Quando saí da Suframa, eu disse que a agenda é mais importante que qualquer nome. Isso que importa. Não há o que questionar; há que se trabalhar e apoiar”, defendeu Nogueira.