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Quarta, 24 Abril 2024

Empresários da indústria do Amazonas lamentam reajuste de energia elétrica



MANAUS -
 Lideranças industriais do Estado lamentaram os reajustes tarifários de energia elétrica anuais de empresas de distribuição da Região Norte, aprovados nesta semana pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O aumento será de 42,55% para os usuários ligados na alta de tensão (indústrias) e 39,10% para os consumidores conectados na baixa tensão (comércio e residências). Na média, o reajuste das tarifas será de 40,54% e inclui empresas de distribuição da região que não passarampelo "tarifaço" do começo do ano por não fazerem parte do Sistema Interligado Nacional.
De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nélson Azevedo, a energia elétrica é um dos principais insumos em qualquer atividade. Sendo um insumo de grande relevância, a indústria será duplamente impactada pela alta: o primeiro impacto virá devido ao próprio reajuste; e em seguida, como também houve aumento para os consumidores residenciais, é possível que haja uma retração ainda maior no consumo. “Lamentavelmente (o aumento) veio em um momento muito difícil que estamos vivendo, com uma retração completa. Com isso, toda a sociedade será afetada porque o consumo residencial também está aumentando em 39%. O consumo será afetado. Não é só a indústria que vai sofrer, mas sim toda a sociedade e toda a atividade econômica: indústria, comércio, serviços. Estamos muito preocupados porque vai afetar diretamente a nossa competitividade”, previu o Azevedo.
O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, apesar de concordar com uma possível queda nos já baixos níveis de consumo, acredita que o impacto será maior ou menor dependendo do segmento, da atividade e do porte de cada empresa. “Quando falamos em aumento de custos, principalmente um aumento como esse, quando o mercado já está retraído e o consumidor está reticente em gastar, isso pode significar um fator negativo na composição que temos hoje, ou seja, pode acentuar ainda mais a queda do consumo e, consequentemente, refletir na atividade industrial”, defendeu.
Mas apesar de confirmar os prejuízos com os aumentos de custos, Périco afirma que ainda é cedo para prever os reflexos que o reajuste terá nos níveis de mão de obra no PIM (Polo Industrial de Manaus). Consumo vai cair O economista Francisco de Assis Mourão Júnior confirma o temor dos empresários da indústria: o reajuste da energia, considerado expressivo por ele, irá derrubar ainda mais os níveis de consumo. De acordo com o economista, a energia elétrica é um tipo de produto de extrema necessidade e não existe um produto substituto, o que obriga toda a sociedade a reavaliar os gastos. “Devido à crise, o governo está cortando o ICMS de alguns setores da indústria. Mesmo assim, vai haver uma queda muito forte no consumo por conta deste aumento na energia. É um aumento expressivo. Não tem índice nenhum de inflação que justifique um aumento como este”, criticou.
Mas apesar dos óbvios efeitos negativos do aumento do preço da energia elétrica, Mourão Júnior acredita que as tarifas mais caras também poderão trazer benefícios. “O que vai acontece a partir de agora será o uso consciente da energia, tentando evitar o desperdício”, finalizou.
Vereadora Jacqueline pede esclarecimentos
A vereadora Jacqueline solicitou, nesta quarta-feira (28), informações ao Ministério de Minas e Energia e a Eletrobras Amazonas Energia, esclarecimentos sobre as constantes quedas de energia na cidade de Manaus e sobre o aumento de 39,10% da tarifa. “Nos últimos meses, os rodízios interruptos do fornecimento de energia têm sido diários. Todos os dias, somente na cidade de Manaus, há rodízios em todas as zonas da cidade. Como se não bastasse, a conta de luz agora irá aumentar. O que está acontecendo? ”, questionou.
Jacqueline lembrou ainda que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mostrou que, até agosto deste ano, os consumidores da Eletrobras Amazonas Energia ficaram 27 horas sem o serviço. No ano passado, a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) apurado foi de 55 horas. O limite estipulado é de 52 horas.
Os meses de setembro e outubro ainda estão sendo analisados. Se descumprir os limites, a empresa é obrigada a compensar os consumidores com descontos na fatura. Até agosto de 2015, segundo a parlamentar, a empresa pagou R$ 2,1 milhões em compensações.

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