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Quinta, 25 Abril 2024

Em protesto, moradores expulsam venezuelanos de Roraima

Em protesto, moradores expulsam venezuelanos de Roraima
Um grande tumulto foi registrado neste sábado (18) na cidade de Pacaraima, em Roraima, fronteira do Brasil com a Venezuela. Segundo informações do Exército Brasileiro, através da Força-Tarefa Logística Humanitária, e da Polícia Militar, os atos de violência e destruição de acampamentos de imigrantes venezuelanos, são em razão de um assalto a um comerciante e sua família da cidade de Pacaraima na noite da ultima sexta-feira (17).

Segundo da PM, suspeita-se de que o crime tenha sido praticado por venezuelanos, por isso a revolta de alguns moradores. Até o momento não há informações de pessoas feridas. Durantes os protestos, a rodovia BR-174, que liga os dois países chegou a ser bloqueada.
Foto: Wendel Pereira do Vale/Arquivo pessoal

Em entrevista ao G1 Roraima, o vigilante e um dos organizadores do ato, Wandenberg Ribeiro Costa, contou que cerca de mil moradores de Pacaraima participaram do protesto e que todos os venezuelanos que viviam pelas ruas da cidade foram expulsos de onde estavam, ainda afirmou que o ato dos moradores foi motivado pela insegurança causada pela imigração na fronteira, e o assalto ao comerciante teria sido o estopim para a revolta da população contra os venezuelanos.

"Expulsamos todos os venezuelanos e vamos manter a entrada da cidade fechada até que tenhamos uma solução para o problema. Queremos que se tenha um controle rígido de entrada na fronteira e que seja estipulado um horário para circulação de pessoas que fazem compras em Pacaraima", disse Costa.

Foto: Inaê Brandão/Rede Amazônica

Em entrevista ao G1 Roraima, o comandante Policiamento do Interior (CPI), coronel Matos, disse que todo o efetivo da PM de Pacaraima foi mandado para as ruas para acompanhar o protesto e o governo do estado informou em nota que reforçou o policiamento na cidade.

A Força-Tarefa Logística Humanitária, que atua em Pacaraima, esteve contendo as manifestações de violência. Uma equipe médica também foi deslocada para o hospital da cidade para apoiar eventuais casos em consequência da manifestação.

O vigilante Wendel Pereira do Vale, morador da cidade, disse que desde cedo o clima é tenso nas ruas. Segundo ele, venezuelanos que viviam em acampamentos improvisados foram expulsos de onde estavam e tiveram seus pertences queimados pela população.

"A população de Pacaraima está revoltada. Nenhum comércio abriu hoje, os moradores foram para as ruas e expulsaram todos os venezuelanos. Houve muito corre corre", disse.

Foto: Inaê Brandão/Rede Amazônica
Em entrevista à Reuters, a delegada Geral da Polícia Civil de Roraima, Giuliana Castro, disse que um grupo de 30 brasileiros que fazia compras na fronteira foi atacado por venezuelanos e precisou ser levado para um abrigo.

Vários venezuelanos se espalharam pela cidade e alguns dos expulsos das ruas e de acampamentos se abrigaram em um posto de fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda de Roraima (Sefaz).

Segundo a PM, o comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, que sofreu o assalto quando chegava em casa com uma familiar na noite dessa sexta-feira (17), sofreu uma lesão na cabeça possivelmente causada por uma paulada. E segundo relatos dos familiares, a suspeita era que tenha sido venezuelanos.
Foto:Inaê Brandão/Rede Amazônica

Em nota, a Força-Tarefa Humanitária que atua em Pacaraima divulgou a seguinte nota. Leia na íntegra.

Sobre o fato ocorrido na noite de sexta-feira, dia 17 de agosto, em que o senhor Raimundo Nonato de Oliveira, morador da cidade de Pacaraima, foi assaltado supostamente por imigrantes que estavam na cidade, a Força-Tarefa Logística Humanitária esclarece que o agredido, após ser socorrido pela equipe médica de plantão do Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, foi evacuado para Boa Vista, chegando em uma ambulância no Hospital Geral de Roraima. Atualmente, o senhor Raimundo encontra-se em situação estável.

O fato gerou um descontentamento de alguns moradores de Pacaraima e, na manhã deste sábado, 18 de agosto, ocorreu uma manifestação com atos de violência e destruição de acampamentos de imigrantes situados em alguns locais públicos.

Órgãos de Segurança Pública buscaram conter as manifestações de violência. A Força-Tarefa deslocou parte de sua equipe médica para o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá para apoiar eventuais casos, em consequência da manifestação.

A Força-Tarefa Logística Humanitária, composta pelas Forças Armadas e integrada por Organismos Internacionais, Organizações Não Governamentais e entidades civis, repudia atos de vandalismo e violência contra qualquer cidadão, independentemente de sua nacionalidade.

As Forças Armadas atuam em prol da sociedade brasileira, sempre disponíveis a ajudar à população em todo o território nacional.

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