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Sexta, 19 Abril 2024

El Niño pode provocar temperatura acima da média na Amazônia

RIO BRANCO - O serviço meteorológico do governo britânico Met Office divulgou a notícia de que em 2016 pode ser registrado outro recorde de aumento na temperatura da terra. Dados da NASA mostram que até o momento, o ano mais quente desde de 1880, quando as medições globais começaram a ser feitas, foi 2015.

Os efeitos do tão falado aquecimento global começam na água. Como a maior parte do planeta é composta por água, a alteração da circulação marinha influencia a mudança do clima, onde aumenta ou diminui a temperatura no planeta. Esse é o fenômeno El Niño.Efeito tem causado aumento da temperatura, onde ocorre a seca e queimadas pela região. Foto: Reprodução/AssessoriaEm dezembro do ano passado, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) promoveu o evento Pré-Cheia. Com o objetivo de discutir as condições climáticas que contribuíram para que a temperatura ficasse acima da média no mês de novembro, teve o objetivo de analisar previsões para os meses de dezembro de 2015, janeiro e fevereiro de 2016.

De acordo com estudo realizado pelo Sipam durante esse trimestre, as águas do Oceano Pacífico tropical continuam aquecidas, com valores maiores do que 2°C acima da média.

"O Acre continua sob o efeito do El niño. Na porção oeste e sul da Amazônia Legal, onde está o estado, as condições vão da neutralidade a uma ligeira intensificação na circulação atmosférica" explica a diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Vera Reis.

Em relação ao regime de chuvas, a previsão é de que elas ocorram dentro da normalidade. Todavia, a pesquisadora chama atenção para o volume de chuva que ocorreu em dezembro.

"A previsão mostrou que deveria chover dentro da média, porém, em dezembro já tivemos um volume de chuva abaixo do esperado. A dinâmica da atmosfera é muito grande. Esses estudos nos dão um direcionamento melhor, mas não podemos afirmar o que irá acontecer", ressalta.O Acre continua sob o efeito do El niño comenta Vera Reis. Foto: Reprodução/Odair Leal/A GAZETA

A diminuição no volume de chuva e o comportamento do nível do rio Acre que até o dia 8 de janeiro apresentou o menor nível dos últimos 12 anos, com 3,57 metros, apontam para a mudança. "O comportamento do rio Acre é semelhante ao de 2011, quando tivemos uma alagação tardia, em abril. Com as mesmas características é possível que esse ano venha uma alagação tardia", explica a especialista.

Quando participou do evento da União Geofísica Norte Americana, em 2015, o pesquisador Foster Brown pôde conhecer o trabalho do renomado cientista da Nasa, Sassan Saatchi. Em um dos painéis, Saatchi apresentou um estudo onde indica que as grandes secas estão afetando a estrutura da Floresta Amazônica.
Há sete anos consecutivos, a população efrenta alagações de grandes proporções. Foto: Reprodução/Sergio Vale/SecomO Instituto de Previsões Climáticas (IRI), da Universidade de Columbia (EUA), também revela que a Amazônia deve registrar temperaturas acima da média, para o próximo trimestre. De acordo com a demonstração do IRI, de fevereiro a julho de 2016, as chuvas que normalmente seriam de 300 milímetros serão de 200 a 150, fator que pode intensificar o aumento da temperatura.

"Esse quadro é resultado de dois processos: a interferência do El Niño e a tendência de aumento da temperatura", explica Brown. O cientista afirma que se trata de um quadro preocupante. "Em 2010, tivemos uma seca muito forte, mas foi um ano de muita chuva. Com a Temperatura mais alta, a vegetação seca mais rápido. A preocupação é que isso pode propiciar uma seca prolongada ou potencializar incêndios", ressalta.

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