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Terça, 23 Abril 2024

Diminuição do desmatamento no Pará é destaque em revista internacional

MANAUS - Nos últimos 10 anos o Pará reduziu o desmatamento em 79%, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os avanços na preservação da floresta e as ações de desenvolvimento da economia e preservação do meio ambiente no estado foram destaques no debate com pesquisadores e especialistas sobre o tema ‘A Amazônia de hoje e como protegê-la’, realizado na manhã da última terça-feira (10), em Belém. O  encontro marcou o lançamento da revista norte-americana Americas Quarterly (AQ).De acordo com o relatório do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes) 2014, divulgado em agosto deste ano, entre os meses de agosto de 2003 e julho de 2004 o Pará foi o responsável pela degradação de uma área de 8.870 km², no mesmo período de 2013 para 2014 foram 1.887 km². Os números também mostram uma redução de 20% do desmatamento se comparados com o calendário de 2013 (agosto de 2012 a julho de 2013), que registrou 2.346 km² de área desmatada. Em toda a Amazônia Legal, a taxa de redução foi de 15% (5.012 km²) em relação ao calendário de 2013, no qual foram contabilizados 5.891 km² de desflorestamento no bioma.
O estudo também apresentou o desmatamento por município, e confirmou que os que possuem o selo verde do Estado mantiveram a degradação controlada, com índices abaixo dos registrados em 2013 e inferiores aos valores estabelecidos pelo Ministério do Meio Ambiente. O município de Santana do Araguaia ficou em 20º no ranking do Estado, com 23.9 km² desmatados; Óbidos ficou em 23º, com 22,9 km²; Paragominas ficou em 27º, com 20 km²; Tailândia em 38º, com 9,7 km²; Brasil Novo em 39º, com 8,8 km²; Dom Eliseu em 46º, com 5,8 km²; e Ulianópolis em 59º, com 2,9 km² de desmatamento. Cerca de 60 municípios paraenses apresentaram desmatamento considerado “zero”, com números inferiores a um quilômetro quadrado.
“O desmatamento é consequência de uma forma equivocada de como se vê a Amazônia”, afirmou o governador Simão Jatene ao explicar a forma dicotômica como a região é vista. “A Amazônia não é inferno verde e nem celeiro do mundo. Não é almoxarifado e nem santuário. Ela é uma região que tem um potencial econômico fantástico, com uma biodiversidade ímpar e que precisa ser compreendida nessa sua complexidade e é isso que a gente precisa trabalhar”, defendeu o chefe do Executivo Estadual que acredita ser necessária a quebra de alguns preconceitos relacionados à Amazônia.Diante da escolha entre produzir ou preservar, o governador foi enfático ao resguardar a necessidade de se encontrar um padrão de desenvolvimento e de ocupação da região amazônica que seja capaz de compatibilizar as duas coisas. “Nós não temos que optar por nada. O Pará tem 23 milhões de hectares de áreas antropizadas e isso é uma área gigantesca em qualquer lugar do mundo, se nós dermos uma utilização melhor para essa área, sem avançar sobre a floresta, nós podemos mudar profundamente a economia desse estado e essa é a nossa grande busca. Então o desmatamento zero não é uma frase de efeito, é algo que é concreto, que é possível”, garantiu.Na opinião de Brian Winter, vice presidente da Americas Society of the Americas e editor chefe da publicação Americas Quarterly, é importante comemorar as iniciativas do governo do Pará em defesa da preservação da Amazônia. Para ele, o Estado é um exemplo que deve ser seguido. “Todos nós temos que ajudar e cuidar da Amazônia, mas as soluções para essa região têm que partir daqui, e não de pessoas de fora. O ‘Municípios Verdes’ é uma importante ação que está sendo executada aqui no Pará, que deve ser exemplo para o país e para o mundo”, avaliou Winter que disse que o lançamento da edição especial da Americas Quarterly sobre a Amazônia é uma “humilde contribuição” para fomentar esse debate.Municípios Verdes
Entre as iniciativas está o Programa Municípios Verdes (PMV), criado em 2011 com objetivo de combater o desmatamento no Estado, fortalecer a produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental e fundiário e também de gestão ambiental. As ações são focadas no monitoramento, na implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na estruturação da gestão ambiental dos municípios participantes.

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