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Sábado, 20 Abril 2024

Desafio do setor primário do Amazonas em 2016 é aumentar a produção de alimentos



MANAUS
- Fonte de renda e trabalho para aproximadamente 276 mil pessoas no Amazonas, o setor primário avança no Estado e aposta em melhores dias em 2016, apesar de uma insistente variação climática que vem afetando diretamente o setor, com ciclos de cheias e vazantes extraordinárias.
A expectativa positiva é amparada pelos bons resultados aferidos neste ano e a possibilidade de conquistas importantes como o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa, com selo de qualidade para a produção de ovos e o crescimento de 50% na comercialização de motores agrícolas, em um ano marcado por uma retração considerada no consumo.
A máxima de que ninguém deixa de comer na crise ajuda a empurrar para cima o otimismo do setor, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço. Mesmo assim, o setor enfrenta desafios para deslanchar em toda sua potencialidade. A meta, ousada, é o aumento da participação do setor primário no desafio de interiorizar a economia e aumentar a produção de alimentos, diminuindo a dependência da importação de outros Estados os elementos da cesta básica amazonense.
Para isso, o Estado conta com polos de desenvolvimento de produtos, a partir de vocações regionais. O grande entrave no momento é a deficiência na assistência técnica, uma vez que grande parte dos projetos desenvolvidos contam com iniciativas familiares e não contam com recursos próprios para a aplicação de recursos tecnológicos e de conhecimento para otimizar a produtividade. “Temos uma distância muito grande das pesquisas dos órgãos no Estado e o beiradão. Precisamos encurtar as distâncias e a assistência técnica é a ponte que leva o conhecimento e podem aumentar a produtividade”, argumentou.
A projeção é de alta no cultivo da mandioca, banana, guaraná, cupuaçu, milho e até a piscicultura com a utilização de espécies melhores adaptadas e tecnologias mais adequadas à região. A expectativa é de crescimento da ordem de 100 a 300%. “Precisamos massificar o serviço de assistência técnica”, destacou.
A questão do deficit na infraestrutura para o escoamento da produção é outra pedra no sapato que aguarda maiores investimentos. Boas notícias neste ano vieram com o incremento na parceria externa por meio de investimentos para a recuperação e asfaltamento de estradas e vicinais.Um exemplo positivo neste ano foi a recente recuperação da estrada do Novo Céu, em Autazes.
Entraves climáticos
Os prejuízos decorrentes do clima exigem mecanismos que busquem minimizar os prejuízos dos produtos, por conta da alta no endividamento de produtores por conta das intempéries climáticas. O Estado vem registrando há pelo menos três anos eventos sequenciais de grandes cheias e grandes vazantes que têm atrapalhado o calendário produtivo e a renda dos empreendedores do setor primário.
Por isso, uma das reivindicações é a facilitação no acesso às apólices de seguro como forma de garantir a sobrevida financeira desses empreendedores diante da insegurança climática para o desenvolvimento de projetos. “Trabalhamos numa indústria a céu aberto e por isso pleiteamos em nível nacional que seja disponibilizado acesso mais fácil e menos custoso ao seguro rural para contrair apólices que indenizem de perda de safra”, acrescentou Muni.
Zona Franca Verde
A assinatura do decreto que estabelece a Zona Franca Verde também veio em boa hora para estimular o desenvolvimento de projetos industriais ligados ao setor primário. A ZFV é importante para região por trazer incentivos para a matéria-prima regional de origem animal, vegetal e mineral que seja oriunda da Amazônia Legal para ser processada nas áreas de livres comércio, incluindo Manaus e Tabatinga, no Amazonas.
A superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, vê com bastante otimismo o desenvolvimento de projetos para o setor nas áreas abraçadas pela autarquia federal. “Esses incentivos ainda estão sendo estudados. Temos um prazo de 120 dias para o CAS aprovar regulamentação que está sendo construída. A previsão é ja apresentá-la na primeira reunião do ano, no dia 26 de fevereiro”, adiantou. Essa regulamentação prevista no decreto e definida pelos conselheiros do CAS vai estabelecer uma espécie de PPB para o setor primário, no aproveitamento de recursos animais, vegetais e minerais nos Estados acolhidos pela Suframa na Amazônia Ocidental. 

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