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Sábado, 20 Abril 2024

Déficit logístico no Amazonas anula incentivos à produção no PIM

MANAUS - Apesar da desvalorização do real frente ao dólar, em primeira análise, parecer favorecer as exportações de produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco afirma que a indústria local não tem motivos para ver, na alta da moeda americana, uma boa oportunidade para incrementar as vendas externas.Ele revela, por exemplo, que produtos produzidos em Manaus com  insumos importados já estão mais caros que produtos similares importados já montado via Porto de Santos. Segundo Wilson Périco, as deficiências logísticas e de infraestrutura do Estado acabam por anular os incentivos concedidos inicialmente pelo governo no ato da importação dos insumos.“Aqui nós temos insumos e parte dos custos em reais, é verdade, mas a nossa economia e nossa competitividade estão muito deficientes em tudo aquilo que está relacionado à atividade produtora. A infraestrutura logística faz com que o nosso produto, saindo de Manaus fique caro e muitas vezes perca a competitividade ao similar importado direto por Santos, onde o frete é mais barato”, disse.
Foto: Shutterstock
Além disso, Wilson Périco lembra que os insumos produzidos na Zona Franca de Manaus sofrem forte concorrência no mercado interno dos produtos provenientes da Ásia, principalmente da China que, para ele, tiram espaço de produtos produzidos no Brasil no próprio mercado brasileiro. “Não podemos deixar de lembrar que estamos competindo com produtos que tiram o espaço da indústria brasileira dentro do mercado nacional.Para exportar não basta simplesmente o dólar estar mais alto. É necessário rever toda uma deficiência de infraestrutura. O governo tem que criar, analisar e resolver um plano para que a indústria nacional volte a ter competitividade no mercado externo e também no mercado interno”, defendeu o presidente do Cieam.
ImportaçõesAlém disso, ainda segundo Wilson Périco, o impacto dodólar alto é sentido em tudo aquilo que se importa, uma vez que o produto importado passa a ficar mais caro. Segundo ele, as atividades industriais aqui em Manaus estão calcadas principalmente nos incentivos oferecidos na importação.
Então todos os segmentos instalados aqui sentem o impacto do custo do dólar. “O impacto do dólar afeta o custo de todos os produtos produzidos no país. Até os alimentos têm parte dos insumos comprados em dólar, como os fertilizantes”, informou.Contra-pontoJá para Marcelo Lima, gerente-executivo do CIN-AM (Centro Internacional de Negócios do Amazonas), a alta na moeda americana frente dólar alto é sentido em tudo aquilo que se importa, uma vez que o produto importado passa a ficar mais caro. Segundo ele, as atividades industriais aqui em Manaus estão calcadas principalmente nos incentivos oferecidos na importação.
Então todos os segmentos instalados aqui sentem o impacto do custo do dólar. “O impacto do dólar afeta o custo de todos os produtos produzidos no país. Até os alimentos têm parte dos insumos comprados em dólar, como os fertilizantes”, informou.Exportações devem ter incremento
De acordo com Marcelo Lima já há, por parte do Governo Federal, um esforço no sentido de fomentar as exportações, com a implantação do PNCE (Plano Nacional de Cultura Exportadora), lançado na última sexta-feira (22) pelo Mdic e cujo o objetivo de fortalecer as exportações das micro e pequenas empresas.
Não obstante o câmbio favorável e as tentativas de Brasília para incrementar as vendas de insumos brasileiros para o exterior, Marcelo Lima alerta para o delicado momento econômico que alguns parceiros comerciais do Brasil já passam a vivenciar.
“Isso gera uma expectativa no sentido de aumentar as exportações. O câmbio hoje está muito bom para o exportador, mas o problema é que a crise está se espalhando por outros países compradores, não só no Brasil”, alerta o gerente do CIN/AM.No Amazonas, o comitê gestor do PNCE foi formado na última quarta-feira (20), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, com a participação, além da FIEAM, da Suframa, Governo do Estado, Federação da Agricultura e Pecuária e Sebrae-AM, entre outros.Setores como indústria naval, fitoterápicos, fruticultura e pescado são prioritários para exportação, no Amazonas, na avaliação do analista de comércio exterior e representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Rafael Ramos Codaço. “O trabalho ainda não foi concluído, mas a Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento) já identificou alguns segmentos potenciais”, disse ele.Dados da Balança ComercialAmazonense, divulgados no início do mês pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) confirmam este “efeito gangorra”. Apesar de tanto as exportações como as importações do Estado do Amazonas terem fechado o ano passado em queda na comparação com 2014, enquanto as vendas de produtos amazonenses para o exterior recuaram 18,15%, as importações amargaram uma baixa quase duas vezes maior: - 31,60%. No acumulado dos12 meses do ano passado, a indústria amazonense importou o equivalente a US$ 8,83 bilhões em insumos, montante muito distante dos US$ 12,92 bi registrados no mesmo período de 2014. Já as exportações somaram, no ano passado, o montante de US$ 772,27 milhões, contra US$943,48 milhões em 2014.

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