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Quarta, 24 Abril 2024

Crise do futebol profissional em Rondônia é discutida em audiência pública

MANAUS - A situação crítica do futebol profissional de Rondônia motivou a realização de uma audiência pública nesta quinta-feira (22), no plenário da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO), para discutir uma estratégia de reestruturação. A iniciativa da Comissão de Esporte, Turismo e Lazer do Estado, presidida pelo deputado estadual Saulo Moreira (PDT), reuniu representantes de clubes, do poder público e da Federação de Futebol do Estado de Rondônia (FFER).
Estádio Portal da Amazônia, em Vilhena, é um dos palcos do futebol rondoniense. Foto: Carlos de Souza/Nacional-AM
Um dos inúmeros problemas do futebol rondoniense é a carência de estádios, até mesmo em Porto Velho. O principal estádio da capital, o Aluízio Ferreira (Aluizão), está interditado desde 2011 pelo Corpo de Bombeiros por falhas na segurança. Outros estádios no interior também apresentam falta de estrutura, como o Biancão, em Ji-Paraná, e o Cassolão, em Rolim de Moura.
A polêmica dos estádios foi um dos temas mais discutidos na audiência pública. "Nas regras do futebol, a primeira diz que é necessário o local do jogo. E nós não temos nem aqui na capital um estádio em condições de dar conforto para os torcedores. Na final do estadual deste ano, quando o Gênus venceu o Vilhena, tiveram que montar uma arquibancada móvel no Aluizão porque a do estádio não foi liberada pelo Corpo de Bombeiros", disse Saulo Moreira à rádio CBN Amazônia.
Estádio Aluizão: Porto Velho é a única capital sem estádio 'padrão CBF'. Foto: Divulgação/Secel-RO
A condição financeira dos clubes também gera preocupação. Até mesmo o Vilhena, representante de Rondônia na Série D do Campeonato Brasileiro, enfrentou denúncias de salários atrasados e maus tratos.
Na opinião de Saulo, a participação do poder público nas duas questões é fundamental para o 'ressurgimento' do futebol rondoniense. "Em outros estados do Norte, como Amazonas, Pará e Acre, nós sabemos que o poder público contribui financeiramente com as equipes. Em Rondônia, esse apoio para as equipes e federação não tem acontecido. É preciso um suporte maior pra que a gente possa ter um futebol com nível melhor e mais equipes participando".
Apenas cinco times participaram da edição 2015 do Campeonato Rondoniense de Futebol: Gênus (campeão), Vilhena, Ariquemes, Ji-Paraná e Guajará. "Todos sabem que o nosso futebol profissional de Rondônia está bem distante dos outros Estados da confederação. Em 2015 participaram só cinco clubes, e ainda assim com muita dificuldade", disse Saulo Moreira.Para Saulo, este número seria ainda menor se o estadual não contasse com patrocínio privado. "Tem uma empresa de transporte que patrocina o campeonato há alguns anos e banca a locomoção das equipes. Se os clubes tivessem que arcar com esse custo, nós não teríamos equipes em condições de viajar por falta de dinheiro", disse.O Campeonato Rondoniense de 2016 tem previsão de início para o mês de março. O Gênus será o representante do Estado na Copa Verde e na Copa do Brasil, ambas no primeiro semestre.
O deputado também cobra investimento nas categorias de base do futebol rondoniense. "O Estado precisa investir desde as escolinhas, campeonatos municipais e regionais para que a gente tenha atletas do Estado em condições de jogar no profissional. Hoje os nossos times contratam jogadores de fora e isso eleva as despesas, mesmo porque os clubes não possuem receita pra manter esses atletas por 3 meses, que é o período do estadual".
O cenário, entretanto, não é dos mais favoráveis para o investimento do poder público no esporte. Isto por conta da crise financeira do país, que já afeta diretamente a arrecadação estadual e municipal de Rondônia.
O 'pesadelo' do ProFut
Outro assunto que gera preocupação na comunidade esportiva rondoniense é o ProFut: Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro. A nova lei exige que os clubes apresentem certidão negativa de débitos junto à Receita para a disputa de competições oficiais. O objetivo é ajudar os clubes brasileiros a quitarem suas dívidas, mas as equipes devem cumprir determinadas obrigações legais como contrapartida.
Saulo acredita que a medida vai prejudicar diretamente o futebol da Região Norte, especialmente pela dura crise financeira que afeta o futebol de Rondônia. "Se essa lei for sancionada, vai acabar com 80% dos clubes do Brasil. E vai afetar diretamente aqueles com menor poderio financeiro, e é aí onde entra a Região Norte", justificou.* Com informações de Ricardo Santos, do Amazon Sat

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