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Quinta, 18 Abril 2024

Cientistas se preocupam com ameaça à astronomia indígena na Amazônia

MANAUS - Ao longo de séculos, povos indígenas de todo mundo construíram um grande legado sobre o céu. Utilizado como base para rituais religiosos, políticos, agrícolas e de fertilidades, populações nativas criaram seu próprio campo de estudo astronômico. Contudo, devido à dificuldade de repassar o conhecimento aos demais, esse saber corre o risco de se perder no Brasil. É o que alerta o professor, astrônomo e físico Germano Afonso, especializado em etnoastronomia.Ele destacou como uma das causas à diminuição do interesse das novas gerações indígenas em relação ao conhecimento que os mais antigos mantém sobre o céu. “O índio é muito interessado pelo céu, afinal, eles olham para cima e veem a Terra como parte do reflexo do cosmos”, explica.De acordo com a pesquisa de Germano Afonso, existem mais de 100 constelações indígenas identificadas somente na família tupi-guarani. “Tudo que o índio faz tem uma aplicação. Eles tinham que ter uma agenda para se guiar, logo eles usavam e usam o céu para fazer as coisas na Terra”, conta. “As constelações servem, principalmente, como calendário agrícola. Afinal, a principal finalidade da Astronomia em geral foi para quando o homem deixou de ser nômade e precisou cultivar”.O astrônomo reconhece que há muito preconceito no mundo científico em relação ao conhecimento indígena pelo fato deles não separarem a prática da religião. Em sua trajetória, Germano busca recriar relógios solares entre as comunidades indígenas e montar planetários intinerantes.

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