Cavalo lavradeiro

Os animais foram nomeados como “cavalos lavradeiros” porque vivem no lavrado, nas extensas áreas de pastagens nativas em Roraima. 

Foto: Jorge Macêdo/

Durante o início do povoamento de Roraima, o comandante Lobo D’Almada começou a introduzir a pecuária de gado na região. Em 1789, cavalos vindos da Europa chegaram na região e alguns acabaram fugindo. Com o passar do tempo, esses cavalos que viviam livremente foram se reproduzindo e multiplicando. Como consequência se formaram manadas de cavalos lavradeiros, com cerca de 200 a 300 animais. Foram nomeados como “cavalos lavradeiros” porque vivem no lavrado, as extensas áreas de pastagens nativas.

Formando uma linhagem peculiar e adaptada ao ambiente, sempre que os animais encontravam os homens eles corriam. Sendo assim, ele não é considerado um animal selvagem, mas sim ‘asselvajado’. O cavalo lavradeiro tem a capacidade de percorrer grandes distâncias em velocidades de até 60 quilômetros por hora, alimentando-se apenas de ‘fura-bucho’, um capim de baixa qualidade nutricional.

Essa espécie apresenta um alto índice de anemia infecciosa, mas não demonstra os sintomas típicos da doença. Ao longo dos séculos, naturalmente foram eliminados os genes desfavoráveis e os especialistas justificam esse fenômeno como seleção natural, no qual os mais fortes e adaptados conseguem sobreviver. Por isso, o cavalo lavradeiro é caracterizado como veloz e com alta resistência física.

Conforme dados registrados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Roraima existem cerca de 35 mil equinos que ficam nas regiões de lavrado, como os municípios de Amajari, Normandia, Pacaraima e Uiramutã. No entanto, existe a estimativa de que somente 2 mil animais são originalmente lavradeiros, considerando seus padrões e características próprias.

O cavalo lavradeiro é um dos símbolos da história de Roraima, sendo inclusive homenageado em um poema feito pelo escritor roraimense Eliakin Rufino. 

“eu sou cavalo selvagem

não sei o peso da sela

não tenho freio nos beiços

nem cabresto

nem marca de ferro quente

não tenho crina cortada

não sou bicho de curral

eu sou cavalo selvagem

meu pasto é o campo sem fim

para mim não existe cerca

sigo somente o capim”

trecho retirado do poema Cavalo Selvagem, de Eliakin Rufino.

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